Começou no sábado muito cedinho. Seis da manhã não costumava ser a hora de levantar mas sim a hora de deitar! Mas quem corre por gosto não cansa, nem custou quase nada levantar de madrugada!
Às 10h estávamos no Monte dos Seis Reis para a prova de vinho que nos levou ao Alentejo. Uma herdade a perder de vista com 200hectares de terreno, divididos entre videiras, oliveiras e sobreiros. Resumindo, uma quinta a perder de vista.
O Monte dos Seis Reis é uma empresa ainda recente. Produz vinho desde 2003, quando o dono da herdade se apercebeu que a produção de vinho era coisa para resultar nuns cobres e decidiu investir no negócio.
Enquanto esperávamos pela visita guiada, demos uma voltinha pelos arredores do edifício central. Entre um jardim bastante grande e uma cerca com cavalos, deu para perceber que os cães também têm tiques de alentejanos pois não se incomodaram com a nossa presença, estavam muito concentrados na sesta matinal.
Entretanto lá veio a menina guiar-nos pelo processo de colheita das uvas, fabrico do vinho, pormenores dos tipos de vinho, a história da quinta, as razões do nome, a origem dos nomes dos vinhos e todo um conjunto de informação que gostei muito de saber.
Os senhores que percebem da coisa chamam "barricas" àquilo que eu sempre chamei "pipas", o que me causa algum transtorno no cérebro, mas pronto, não é nada a que não me consiga habituar.
Depois da visita guiada chega a hora da prova de vinhos que, para dizer a verdade, foi isso mesmo que lá fomos fazer.
À nossa espera estava um pratinho com chouriço, outro com queijo, um cestinho com pão alentejano, um frasco de doce e seis garrafas de vinho: um rosé, um branco e quatro tintos. Claro está que se não fosse esta bucha estávamos bem arrumados que um bocadinho no copo de 6 garrafas ainda fazem qualquer coisa!
Posto isto, comprámos uma caixa de vinho (antes que começasse) e fomos à nossa vida, que é como quem diz que fomos a Estremoz procurar um tasco para almoçar.
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Almoçámos na "Adega do Isaías", um tasco mesmo daqueles típicos onde se come bem como o raio!
De Estremoz seguimos para o Alandroal e depois Vila Viçosa.
Visitámos castelos, igrejas, pudémos apreciar a vida santa dos velhinhos alentejanos ao sol a conversar. É relaxante!
No caminho para Borba achámos que poderia fazer parte da visita cultural uma fotografia ao buraco da pedreira de onde tiram o mármore. O mármore é típico desta zona, tudo quanto é construção tem mármore. Até o lancil da estrada é feito de mármore.
O nosso hotel (Hotel Rural Valmonte) ficava depois de Borba, como quem vai para Elvas. O hotel ficava num vale e o caminho para lá era de terra batida. Por momentos tive a sensação que nos tinhamos enganado no caminho, mas daí a poucos metros avistámos o hotel no vale. O hotel tinha pinta de ter sido uma casa antiga reconstruida, mas tudo muito arranjadinho e bonitinho. Além da paz e do sossego do deep Alentejo que só por si só já é bom, tinha piscina, cavalos, uma pequena barragem, coelhos a fugir, árvores de fruto, videiras que nunca mais acabavam, pavões, galinhas, um terraço com esplanada, uma biblioteca, comida boa... Enfim, um magote de coisas que me fez gostar muito daquele sítio.
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Quando chegámos a senhora da recepção disse que nos ia pôr no quarto da Torre porque havia um grupo de 20 pessoas alojado nessa mesma noite e era para estarmos mais descansados. O quarto da Torre é provavelmente o melhor quarto daquele estaminé! Tem janelas para todas as frentes, é grande, tem uma sala privada e tudo! Tinha uma secretária e um armário com um aspecto muito antigo, daqueles que parece que estão carregadinhos de história. Se eles falassem tenho a certeza que contavam histórias de encantar!
Nessa noite jantámos no hotel. Achei um bocadinho caro mas comi muito bem e as pessoas eram simpáticas!
No dia seguinte havia um pequeno almoço dos bons à nossa espera! Fizemos check-out e seguimos em direcção a Portalegre para ir a Marvão. As ruas são estreitinhas, as casas pequenas e só lá moram velhinhos, pelo menos eram os únicos que se iam vendo às portas à espera de uma oportunidade para dois dedos de conversa.
Marvão fica mesmo muito lá em cima, tivemos de passar muita curva até lá chegar mas acho que valeu a pena. O castelo é grande e tem uma vista espectacular. Foi pena estar o céu um bocadinho enevoado.
Depois de visitar Marvão, descemos o monte até a uma localidade chamada Portagem onde procurámos um tasco para almoço. Fomos ao restaurante "Mil Homens" indicado pela mãe (que andou a fazer pesquisas na Internet porque esta senhora prepara os fins de semana como deve ser). Mas que bela bucha que se fazia naquele tasco e onde o vinho da casa é alentejano :) Recomendo!
Depois de almoço seguimos para Vila Viçosa onde visitámos a Judiaria (antigo bairro judeu) e a sinagoga/museu.
Seguiu-se a visita ao castelo que nada tinha de extraordinário mas de onde se via a vila toda.
Vila Viçosa foi a última cidade alentejana (do norte) que visitámos. Depois disto voltámos para casa que o fim de semana estava no fim e ainda tínhamos de descansar :) Duas palavras para este fim de semana: muito bom!