quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PPC 2014


Alvíssaras meu capitão, já chegou o meu postal de Natal!!
Obrigada Cat ! Agora vou ali ler o teu blog de início!

PN, continuas a ser a maior a dar a ganhar aos CTT.

sábado, 13 de dezembro de 2014

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ninguém Escreve ao Coronel, de Gabriel Garcia Marquez


Neste romance Gabriel Garcia Marquez conta a história de um coronel e da sua esposa que vivem de forma miserável. O coronel espera há 15 anos a carta da sua reforma por ter sido coronel na Guerra dos Cem Anos , mas ela teima em nunca chegar e a única coisa que têm, e que de certa forma está também a dar despesa, é um galo de lutas, uma herança do seu filho Agustin, que foi assassinado. Esse galo é mais uma boca para alimentar quando o casal já passa tanta fome que chega a colocar pedras a cozer para os vizinhos não perceberem que há dias em que não se come naquela casa.
A velhice, a doença, a solidão, a pobreza, a fome, são temas que não deixam o leitor indiferente.
Escrito em poucas páginas e num estilo despreocupado, este livro lê-se de uma assentada, apesar de se chegar ao fim a querer saber um pouco mais da vida do casal. É inevitável conter o sorriso no último desabafo do coronel que parece ter chegado ao seu limite.
Um dos romances que definiu García Márquez como escritor. Num estilo puro e transparente, com uma economia expressiva excepcional que marcava já o seu futuro como escritor, García Márquez narra com brilho inaudito a história de uma injustiça e violência: um pobre coronel reformado vai ao porto esperar, todas as sextas-feiras, a chegada de uma carta oficial que responda à justa reclamação dos seus direitos por serviços prestados à pátria. Mas a pátria permanece muda… Prémio Nobel de Literatura em 1982, Gabriel García Márquez nasceu na Colômbia em 1928. Da sua vasta bibliografia destacamos os romances Cem Anos de Solidão, O Outono do Patriarca, O Amor nos Tempos de Cólera, Crónica de Uma Morte Anunciada, O General no Seu Labirinto, Doze Contos Peregrinos, Do Amor e Outros Demónios, Notícia de Um Sequestro e A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, assim como o primeiro volume do seu livro de memórias Viver Para Contá-la, todos eles publicados nesta colecção. Memória das Minhas Putas Tristes, editado em 2005, é o seu mais recente romance.
Fonte: fnac.pt

20 anos de "Viagens"


Passaram 20 anos desde que Pedro Abrunhosa e os Bandemónio editaram aquele que viria a ser um dos álbuns mais ouvidos lá em casa.
Em 1994 o meu mundo era simples, ingénuo e infantil, restringindo-se na sua essência à minha aldeia à beira mar. Em 1994 o mundo lá fora estava em ebulição com ataques em Sarajevo, conversações que em nada resultavam, a África do Sul conseguia o seu 1º Presidente negro, o Ruanda via o seu Presidente ser assassinado, Ayrton Senna morria num acidente de F1, Kurt Cobain suicidava-se, enfim, o mundo girava à sua velocidade e um conjunto de acontecimentos permitiu que Pedro Abrunhosa escrevesse canções de índole mais política do que outra coisa, sem que os meus tenros 9 anos dessem conta,
"Não posso mais", "Lua", "Tudo o que eu te dou", "É preciso ter calma", "Socorro", "Estrada", "Viagens" são canções que reconheço aos primeiros acordes e ainda hoje me orgulho de conseguir cantar sem me enganar "Não posso mais" naquele ritmo frenético-acelerado que me enche a alma de nostalgia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

The Lone Ranger


The Lone Ranger, filme adaptado da série televisiva homónima, conta a história do lendário herói da mascarilha e do índio que lhe salvou a vida.
Depois de a justiça lhe falhar, John Reid, advogado e agora ranger, junta-se a Tonto, o índio misterioso, para vingar a morte do irmão e fazer justiça pelas suas próprias mãos, fazendo o criminoso Butch Cavendish pagar pelos seus hediondos crimes.
O filme é previsível, cliché, irreal e com pouco conteúdo mas diverte e entretém, tem alguma da magia dos westerns, alguma acção e humor.
Tonto, um nativo Americano de espírito guerreiro, relata as histórias inéditas que transformaram John Reid, um homem da lei, num lendário justiceiro - levando o público numa corrida desenfreada por entre surpresas épicas e momentos de tensão humorística, enquanto estes dois heróis improváveis, aprendem a trabalhar juntos no combate à ganância e corrupção. Tonto, nativo Americano de espírito guerreiro e John Reid, um homem da lei, são opostos que se atraem, unidos pelo destino e juntos no combate à ganância e corrupção.
Fonte: cinema.sapo.pt
The Lone Ranger no IMDB.

The Muppets


Os Marretas são um clássico da infância de qualquer um. Quando eu era criança já os Marretas existiam há anos mas continuavam a ser apreciados.
Depois de alguns anos afastados da fama e da ribalta eis que surge o filme com aquelas personagens que tão bem conhecemos. Os Marretas ainda são bem capazes de entreter crianças e adultos e a prova é que ficámos colados a ver o filme.
Walter, o marreta criado para esta aventura, é jovem, ingénuo e sonhador. Vive com o seu irmão humano, Gary, em Smaltown. Gary e a sua namorada Mary planeiam ir a LA comemorar o 10º aniversário de namoro e Gary decide levar o irmão pois desde pequenos que são grandes fãs dos Marretas e poderão visitar o mítico Muppet Theatre.
Walter ouve os planos de Tex Richman para destruir o famoso lugar dos Marretas e decide tentar fazer alguma coisa para o salvar.
É um filme que assenta na nostalgia de quem assiste, divertido, comovente, alegre e um pouco mágico.

Cocas, continuas a ser o meu preferido!
De férias em Los Angeles, Walter, o maior fã dos Marretas, o seu irmão Gary e a namorada de Gary, a Mary de Smalltown (EUA), descobrem o maquiavélico plano de Tex Richman, um homem do petróleo que quer demolir o Teatro dos Marretas e perfurar o solo em busca do recentemente petróleo encontrado nos terrenos do Teatro. Para organizar a Maior Gala dos Marretas e angariar os 10 milhões de dólares necessários para salvar o Teatro, Walter, Mary e Gary vão ajudar o Cocas a reunir os Marretas, que entretanto seguiram caminhos separados: o Fozzie atua num casino em Reno com uma banda de tributo aos Marretas, a Miss Piggy é uma editora de moda dirigida a gordinhas na Vogue de Paris, o Animal está numa Clinica em Santa Bárbara a receber tratamento para Controlo de Temperamento, e o Gonzo é um bem sucedido magnata no campo das canalizações.
Fonte: cinema.sapo.pt
The Muppets no IMDB.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A Arte da Viagem, de Paul Theroux


"A Arte da Viagem" não é um romance nem é o relato de uma viagem, é sim um aglomerado daquilo que os viajantes dizem das suas viagens. É um livro para se ir lendo, devagarinho, para ir absorvendo as frases ditas por quem foi, viu, esteve e sentiu.
De acordo com Paul Theroux, estes são os 10 mandamentos relativamente ao "essencial da viagem":
1. Sair de casa;
2. Ir sozinho;
3. Viajar leve;
4. Levar um mapa;
5. Ir por terra;
6. Atravessar a pé uma fronteira nacional;
7. Fazer um diário;
8. Ler um romance que não esteja relacionado com o local em que se está;
9. Se tiver de levar um telemóvel, evitar usá-lo;
10. Fazer um amigo».
Cinquenta anos de viagens celebrados por uma recolha de textos que formaram Paul Theroux enquanto leitor e enquanto viajante - um manual literário de viagem, um guia filosófico, uma antologia de grandes autores que viajaram, entre eles Theroux. "A Arte da Viagem" mostra toda a bagagem - espiritual ou física - que levaram e que trouxeram; os lugares por onde passaram, ou nunca passaram; os prazeres e os sofrimentos do viajante, os paradoxos da viagem, a solidão, o anonimato, o encontro com estranhos; a estrada enquanto vida; as cidades, os comboios, as paisagens; a aventura; e a tradição, a política e a pornografia na viagem; o tempo e o amor na viagem; e a viagem enquanto transformação. Neste extraordinário tributo encontramos, entre muitos, Vladimir Nabokov, Samuel Johnson, Evelyn Waugh, Mark Twain, Bruce Chatwin, Graham Greene, Isak Dineses, Anton Tchekov, Ernest Hemingway e o melhor de Paul Theroux.
Fonte: fnac.pt

Gosto de listas

Gosto de listas. Faço listas de tudo e mais alguma coisa, desde tarefas pendentes, a listas de compras, listas de coisas para aprender, listas de pequenos projectos. Muitas desses listas nunca vêem o fim, o tempo não permite tudo, nem que vivesse até aos 100 anos poderia pôr um fim às minhas listas, que crescem e crescem.

Andava por aí a deambular pela blogosfera, a ler os blogs do costume e dou de caras com uma lista de 10 coisas a fazer até ao fim do ano. Claro que pensei logo que eu devia ter uma lista destas, ora faço tanta lista e não tenho uma das coisas a fazer até ao fim do ano.

Claro que a minha lista é muito modesta, ainda assim estando escrita é meio caminho andado para mão me esquecer de a cumprir.

1. Ler dois livros até ao fim do ano
2. Pegar a minha sobrinha ao colo e brincar com ela
3. Ensinar a pequena Leonor a dizer xau e bater palminhas
4. Jantar fora uma vez ou duas
5. Almoçar com a família pelo menos 7 vezes (e sei que em pelo menos 4 delas comeremos leitão assado)
6. Correr os jantares de Natal todos e levar a miúda para ela se habituar ao reboliço
7. Beber cafés de empreitada com aqueles amigos que emigraram e que estarão cá todos este ano para passar o Natal
8. Fazer um curso online, ou pelo menos dar-lhe um avanço dos bons
9. Escrever umas coisas que andam pendentes há tempo demais
10. Voltar à minha praia todos os fins de semana, porque lá tudo sabe melhor


Foto: a minha praia

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Obrigada, Carlos

O fado, esse indivíduo, foi-me apresentado muito lá atrás no tempo. Num tempo onde cantava a Amália, cantava a Argentina Santos, cantava a Maria da Fé, cantava o Marceneiro,  e cantava também Carlos do Carmo. Nesse tempo ouvia-se cantar nos discos que alguém lá em casa um dia comprara. Um dos discos da Amália estava sempre no gira-discos, tenho ideia que até já estaria riscado. Nesse tempo o fado não era moda, o fado era a história, era aquela coisa tão nossa, era para ouvir de olhos fechados e em silêncio.
Nesse tempo já o Carlos do Carmo construia uma carreira a cantar o nosso fado e essa carreira levou-o hoje aos Estados Unidos para receber um Grammy "Lifetime Achievement Award". Para comemorar esse feito, a Rádio Comercial (na ideia original desse pequeno grande Palmeirim) homenageou Carlos do Carmo com um vídeo que me rouba as palavras, uma homenagem que se sente do lado de cá, do lado de quem por cá ouviu o Carlos do Carmo desde sempre e assiste agora ao reconhecimento de uma vida dedicada ao fado.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Voltei, voltei...

...voltei de lá, ainda ontem estava em França e agora já estou cá.
Podia ser, mas não! Voltei esta semana ao trabalho, acabou a licença de maternidade e deixei a minha Leonor em casa com o pai (que vai agora ter um mês de licença) e vim trabalhar.
Nas duas últimas semanas andei um bocadinho deprimida a pensar que ia deixar de estar sempre com a minha pequenina, mas o regresso nem foi assim tão mau, ajudou o facto de ter voltado a uma quinta-feira e de trabalhar menos 2h para amamentação.
Estes dois dias com o pai foram normais, a Leonor porta-se bem, chateia-se com o sono, ri-se muito e come a sopa porque tem fome, não porque goste muito dela.


Fonte: weheartit

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Desumanizacão, de Valter Hugo Mãe


Depois de ler "A Máquina de Fazer Espanhóis" tinha alguma curiosidade no novo livro de Valter Hugo Mãe, "A Desumanização". Perdoem-me os intelectuais e os apreciadores deste livro mas não o achei a obra prima que apregoava a crítica. O livro é diferente, bem escrito e original mas a história, passada nos fiordes da Islândia não me prendeu. No texto não se sentem as paisagens da Islândia, não há grande referências ao local. A história é realmente diferente relacionando temas negros como a depressão, o ódio, a morte, o abandono, luto, solidão e medo que deixam o leitor numa ansiedade para acabar de ler para acabar o sofrimento.


«Mais tarde, também eu arrancarei o coração do peito para o secar como um trapo e usar limpando apenas as coisas mais estúpidas.» Passado nos recônditos fiordes islandeses, este romance é a voz de uma menina diferente que nos conta o que sobra depois de perder a irmã gémea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza.O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo
Fonte: fnac.pt

domingo, 14 de setembro de 2014

1 ano

Faz hoje um ano que soube que trazia a minha Leonor na barriga. Como é que já passou um ano!?

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O Retrato da Mãe de Hitler, de Domingos Amaral


"O Retrato da Mãe de Hitler" surge na sequência de "Enquanto Salazar Dormia". Jack Gil volta novamente a Lisboa, e não é só para ver o bisneto que entretanto nasceu. Lisboa é o local da acção e os acontecimentos numa época em que a guerra termina são o centro da história. Lisboa era naquela época local de fuga ou ponto de passagem dos refugiados da guerra.
O pai de Jack Gil, que fugiu para os EUA quando a guerra começou, regressa a Portugal para mandar o seu filho ajudá-lo na sua busca por tesouros nazis cuja rota de fuga passa por Portugal.
Apesar de todo o contexto histórico interessante, há demasiados capítulos dedicados à vida amorosa de Jack Gil, a informação histórica acaba por se perder entre as descrições cheias de pormenores da vida libertina de Jack Gil.
A escrita de Domingos Amaral volta a ser simples e agradável, o que faz com que o livro se leia rapidamente.
Lisboa 1945. Jack Gil Mascarenhas Deane já não trabalha para os serviços secretos ingleses, pois a guerra acabou, mas a chegada do seu pai a Lisboa vai alterar a sua vida. O pai é um colecionador de tesouros nazis e vai obrigar Jack Gil a ajudá-lo na sua demanda pelos valiosos artefactos, que muitos nazis, como Manfred, tentam vender em Lisboa, antes de fugirem para a América do Sul. Dividido entre o desejo de ajudar o pai e o desejo de partir de Lisboa, Jack Gil está também dividido nos seus amores, pois embora esteja apaixonado por Luisinha, uma portuguesa que adora cinema e acredita na democracia, fica perturbado pelo regresso de Alice, o seu amor antigo, uma mulher duvidosa, misteriosa mas entusiasmante, que fora a sua paixão de uns anos antes, e que desaparecera certa noite da sua vida.
Fonte: fnac.pt

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Fui a banhos

Apesar de estar a passar grande parte da licença de maternidade na casa da praia, onde posso sair à rua com a Leonor sem ter de pegar no carro, hoje foi a primeira vez que vesti o biquini e fui à praia mergulhar. O mar estava uma autêntica lagoa, com bandeira verde, a temperatura estava óptima e a minha satisfação foi mais que muita. Nem consigo explicar sequer a alegria de entrar no mar depois de passar um Verão inteiro a olhá-lo cá de cima. 
Hoje até a Leonor também foi à praia. A avó ficou com ela ao colo enquanto eu fui nadar um bocadinho e parece que ficou muito espantada a contemplar as ondas do mar. Aposto que vai gostar tanto do mar como eu. 


sábado, 30 de agosto de 2014

É uma necessidade

Sabes que estás a precisar de viajar quando lês "Cabo Verde" onde está escrito "Caldo Verde".

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mar Humano, No Meio de Todos Há Alguém, de Raquel Ochoa


Ema e Samuel são os protagonistas desta história de desencontros numa época tão marcante como foi o Estado Novo. A (não) relação dos dois resume-se a muitas palavras que ficam por dizer. Na época conturbada em que viviam, os dois acabam por se distinguir no seu meio e caminhar sempre numa estrada paralela que parece nunca se cruzar.
A par com a história dos dois, surge associada à narrativa uma constante crítica social ao mesmo tempo que se mostra um amor por Portugal que corrói.
Esta é uma história absorvente, onde a amizade surge como um ponto fulcral da nossa vida enquanto indivíduos, onde a liberdade é resgatada sem nunca ter sido perdida.
Foi o primeiro livro que li de Raquel Ochoa e gostei da sua forma de escrever, sem exageros, sem cair na banalidade.
"Só tu podes contar a tua história".



"Mar Humano" parte da ligação turbulenta entre duas pessoas e penetra em temas como a longevidade da vida humana, a responsabilidade que os sentimentos acarretam, a luta pela liberdade de expressão e o impacto da ciência na evolução da consciência. Um brinde à coragem de cada indivíduo em ser autor da sua própria vida.Um romance que nos envolve entre a magia da escrita e o rasto da história de Portugal.
Fonte: fnac.pt

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Portugal - A Flor e a Foice, de J. Rentes de Carvalho


Portugal - A Flor e a Foice faz-nos uma rectrospectiva da história de Portugal desde os primórdios da Monarquia ao pós 25 de Abril. Através do olhar crítico de Rentes de Carvalho em 1975, vemos a história e os mitos cairem por terra.
Apesar da prosa fluida, por vezes, e especialmente até meio, é difícil prosseguir na leitura pois a história é-nos ali apresentada de forma tão condensada que parece que nos estão a dar uma injecção rápida da história de Portugal. Ainda assim é uma leitura interessante para quem pretende compreender melhor os meandros dos feitos históricos dos portugueses. E no fim conlcluimos que o que temos hoje, 40 anos passados da tão famosa revolução, é uma ilusão de liberdade, a emigração continua, ainda que com mais qualificações, a classe média continua a ser a mais explorada e o fosso entre ricos e pobres acentua-se cada vez mais.
Um olhar heterodoxo sobre os dias da Revolução.No ano em que se comemora o 40.º aniversário da Revolução dos Cravos, a publicação de "Portugal, a Flor e a Foice", até aqui inédito em Portugal, promete dar que falar.Escrito em 1975, em cima dos acontecimentos que então convulsionavam Portugal (e que eram acompanhados com entusiasmo e apreensão pela Europa e o resto do Mundo), "Portugal, a Flor e a Foice" é a observação pessoal que um português culto e estrangeirado faz do seu país em mudança. Nesta apreciação aguda e de tom sempre crítico, todos os mitos da História Portuguesa são, senão destruídos, pelo menos questionados: o Sebastianismo, os Descobrimentos, Fátima; denunciadas instituições como a Monarquia e a Igreja; e impiedosamente escalpelizado não apenas o antigo regime mas também, e sobretudo, o 25 de Abril. Com acesso a círculos restritos nos anos que antecederam e sucederam a Abril de 1974, e a documentos ainda hoje classificados, J. Rentes de Carvalho faz uma História alternativa da Revolução e das suas figuras de proa, em que novos factos e relações de poder se conjugam num relato sui generis, revelador e, no mínimo, desconcertante.
Fonte: fnac.pt

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Conheci-os todos

Ouvi no outro dia que era dia dos avós. Nao é um dia ainda muito comemorado, vão ser preciso ainda uns anos para fixar o dia, tal como o dia da mãe ou do pai. Tive a sorte de os poder conhecer aos quatro e ainda tive o bónus de conhecer a minha bisavó Albina, uma das melhores pessoas que conheci até hoje.

Hoje em dia ainda me restam uma avó e dois avôs.

Sempre conheci a avó materna assim, com aquele semblante pesado, magra e cheia de pressa para tudo. Parece que carrega o mundo às costas e talvez por isso já caminhe curvada. Mulher do campo, lenço na cabeça, de enxada na mão, gandaresa à moda antiga, com um pulso firme a gerir o pouco dinheiro que entrava em casa e a aplicá-lo onde ele era realmente preciso. No fundo tem bom coração, gosta de nos ajudar no que pode. Não há alfaces que saibam tão bem como aquelas que ela planta, os morangos sabem mesmo a morango, as cenouras são inconfundíveis e os ovos são sempre frescos. Não é pessoa de palavras doces e carinhos, é fria, como a vida foi com ela, ainda assim gosta mais de nós do que tudo na vida, só não o diz, mas sabemos que o sente.

Já o meu avô materno conheci-o sempre assim com um sorriso no rosto, mesmo quando a doença lhe começou a levar o cabelo e a fazê-lo emagrecer a olhos vistos nunca deixou de exibir o sorriso naquele rosto queimado pelo sol da nossa praia. Foi carteiro numa época em que o correio se distribuia a pé, mas fazia a volta de bicicleta, numa bicicleta comprada em segunda mão há mais de cinquenta anos, para poder distribuir as cartas mais depressa e ir para a pesca de tarde. Pescador de arte xávega desde que se reformou do correio é ainda hoje a alma daquela arte na minha praia.

Os 89 anos do meu avô paterno permitem-lhe dizer tudo o que lhe apetece. Dono de uma vivacidade incrível, gosta de ler até de madrugada, está sempre informado sobre benefícios e malefícios de todos os alimentos e faz questão de partilhar connosco essa informação. Viu crescer 3 filhos, 5 netos e já conta com 6 bisnetos. A vida levou-lhe a minha avó demasiado cedo. Teimoso como só ele consegue ser, ocupa o tempo no quintal e a inventar ferramentas para o ajudar no cultivo das cebolas, alhos, couves e por aí fora.

Seria muito bom se me permitissem tê-los por perto mais uns anos para a Leonor poder um dia ter boas recordações dos bisavós.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Passagem para o horizonte, de Gonçalo Cadilhe


Uma volta ao mundo de um ano, este é o sonho de qualquer pessoa que goste de viajar. Gonçalo Cadilhe, viajante profissional, foi mais longe. Realizou o sonho. Desde pequeno que Gonçalo tinha uma lista das melhores ondas do mundo que gostaria de surfar e foi com base nesse critério que Gonçalo traçou a viagem da sua vida, a viagem do ano em que fez 40 anos, a viagem que deu origem a este livro. Escolheu 12 ondas da sua lista e começou a sua viagem de volta ao mundo cheia de peripécias, reflexões e paisagens fantásticas.
Os livros do Gonçalo Cadilhe continuam a ser para mim uma inspiração para as minhas viagens e com este comecei a construir uma viagem na minha cabeça que dificilmente se poderá realizar, no entanto, sonhar ainda não paga imposto.
Gonçalo Cadilhe viveu o ano mais feliz da sua vida dando uma volta ao mundo. Este livro é um concentrado de mais de duas décadas a tratar as estradas do globo por tu. Quando completou 40 anos, Gonçalo Cadilhe arrancou para uma volta ao mundo de um ano que pretendia realizar um sonho antigo e reafirmar o sonho de vida que tem levado: viajar e escrever.Seguindo um itinerário pelos cinco continentes baseado na localização das melhores ondas de surf do planeta, saltando da pobreza extrema da América Latina e da orla do Índico para o excesso de mordomias da Polinésia e da Califórnia, Gonçalo Cadilhe deixa-nos o relato de um périplo variado e original.
Fonte: fnac.pt

sábado, 9 de agosto de 2014

Sobre a maternidade #2 - a estadia

A Leonor nasceu a 12 de Maio e no dia 15 deram-nos alta. Estivemos apenas 3 dias na maternidade, mas agora que olho para trás parece que foram tantos.
Já várias pessoas me tinham dito que as pessoas que trabalhavam naquela Maternidade eram impecáveis mas eu pude confirmar por mim própria.
A Leonor nasceu às 11:31 da manhã, a equipa que esteve no bloco operatório foi toda de uma simpatia extrema. Claro que não posso opinar sobre o profissionalismo porque a única coisa que ia vendo durante a operação era o pano verde que me meteram a tapar a área da operação, assim sendo pude ir conversando com as enfermeiras e com a anestesista que esteve sempre ao meu lado a monitorizar se tudo estava conforme previsto. Toda a equipa foi de uma simpatia e preocupação permanente, é bom ser recebido assim quando se está numa situação de ansiedade e fragilidade como é um parto.
Quando nos levaram para o quarto, logo o primeiro do piso, as enfermeiras de serviço vieram conhecer-nos, explicar-me que podia chamá-las através daquele botão caso precisasse de alguma coisa, que se fosse mesmo uma urgência para carregar duas vezes que vinham a correr. Cheguei a testar essa funcionalidade para a minha vizinha do lado e efectivamente largavam tudo quando alguém tocava duas vezes na campainha.
No primeiro dia tinha no quarto uma senhora que já tinha tido um filho, já sabia como as coisas se processavam e que me deu algumas dicas preciosas, mas no segundo dia, quando ela foi embora com o seu pequeno Guilherme, chegou o Rodrigo e a mamã, também um primeiro filho. Estávamos, portanto, as duas numa situação nova, cada uma a tentar perceber como funcionava o seu rebento. Neste processo de aprendizagem as enfermeiras foram uma peça fundamental, sempre disponíveis, sempre atentas, sempre a ajudar e a aconselhar.
Todas as manhãs a minha médica nos vinha visitar, ver se estava tudo a correr bem e dar-nos um bocadinho de mimo. Os outros médicos não nos diziam tanto, passavam só de vez em quando para fazer testes de audição ou para auscultar a Leonor ou para fazer não sei bem o quê que as drogas que me meteram para a veia não me permitem lembrar nitidamente de tudo naqueles dias. Ainda assim nunca é demais frisar que as enfermeiras daquela maternidade são incansáveis.
Ficou-me na memória e no coração a enfermeira Marta, muito despachada, muito bonita, sempre com muito atarefada mas sempre a fazer o que podia e o que não podia por nós. Guardo também na memória a estagiária enfermeira Beatriz Costa (um nome que se decora facilmente), uma menina com pouco mais de 20 anos, sempre muito querida com os bebés e com as mamãs, de uma simpatia incrível, tão prestável e amável.
Naturalmente que depois da boa experiência que tive com estas pessoas recomendo a Maternidade Daniel de Matos a quem estiver a pensar ter filhos porque o apoio que sentimos lá é meio caminho andado para uma boa recuperação e para acolher de forma saudável o bebé que acaba de se juntar à família.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

À volta do mundo

Tinha começado há minutos o novo livro do Gonçalo Cadilhe, aquele em que ele conta a viagem que fez à volta do mundo e já a minha cabeça fervilhava de ideias. Não precisava ser um ano, 2 meses era aceitável se fosse possível. precisamos de um fio condutor para os lugares de estadia. Estava embrenhada entre pensamentos e a sua verbalização quando reparo que a Leonor me escutava muito atenta ao plano que eu ali delineava. Ou muito me engano ou teremos mais uma a gostar de viajar.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

About Time


Tim Lake vive na Cornualha, numa zona rural, e não tem muito sucesso com as raparigas. Aos 21 anos o pai conta-lhe o seu maior segredo: os homens da sua família têm a capacidade de viajar no tempo. O pai explica-lhe que assim tem a possibilidade de todos os dias ter uma segunda oportunidade e é para isso mesmo que Tim vai usar este poder. Tim muda-se para Londres e conhece Mary e imediatamente percebe que é com ela que quer ficar e por isso fará de tudo para corrigir seus erros com ela.
As cenas entre Tim e o pai são bastante divertidas e Rachel McAdams surge num registo a que já nos habituou.
Esta é uma comédia romântica ao bom estilo americano mas que vale a pena perder um bocadinho para ver.
Aos 21 anos, Tim Lake descobre que consegue viajar no tempo… Após mais uma insatisfatória festa de Ano Novo, o pai de Tim revela-lhe que os homens da sua família sempre tiveram a capacidade de viajar no tempo. Tim não pode mudar a história, mas consegue alterar o que acontece ou aconteceu na sua própria vida - então, decide tornar o seu mundo um lugar melhor… arranjando uma namorada. Infelizmente, esse feito tornou-se mais complicado do que previa. Ao mudar-se de Cornwall para Londres, para estudar advocacia, Tim finalmente conhece a belíssima, mas insegura, Mary. Apaixonam-se, mas um lamentável incidente nas viagens pelo tempo faz com que ele nunca a tenha conhecido. Assim, voltam a encontrar-se pela primeira vez, várias vezes, até que, finalmente, depois de muita astúcia a viajar no tempo, ele conquista o seu coração. Tim utiliza o seu poder para criar o pedido de casamento perfeito, para salvar o seu casamento dos piores discursos dos padrinhos e para salvar o seu melhor amigo de um desastre profissional. Mas conforme a sua vida progride, Tim descobre que a sua habilidade única não o pode salvar das mágoas, amores e dissabores que afetam todas as famílias, em todo o lado. São grandes os limites para o que se consegue com as viagens no tempo, assim como os perigos.
Fonte: cinema.sapo.pt
About Time no IMDB.

Moçambique - Para a mãe se lembrar como foi, de Manuela Gonzaga


Moçambique era o lugar onde muitos portugueses se sentiam em casa. Numa época de prosperidade, muitos portugueses rumaram às, agora, antigas colónias portuguesas em busca de uma vida e de uma liberdade que não existia na Metrópole. Este livro conta a história da família de Manuela Gonzaga, a autora, com um adequado enquadramento histórico que nos permite situar a história desta família nos acontecimentos da época. Através do discurso de Manuela conseguimos perceber como era o quotidiano naquela terra para a classe média numa época em que a guerra colonial começava a tomar algumas proporções, não só na capital Lourenço Marques mas também em sítios tão recônditos como Niassa, Vila Cabral, Tete e outros.
Este é um livro relevante apenas com factos veríditos para todos os que se interessam pelo que foi a vida em Moçambique nos anos 60 e início de 70.
«O que é que se tinha passado, e porquê? E porque é que tudo aconteceu como aconteceu?Esse trabalho começou agora a ficar concluído, pois, à medida que ajudei a levantar as névoas que ocultam o passado aos olhos da minha mãe, pude afastar algumas névoas da minha ignorância. Mas, e acima de tudo, este relato é uma grande história de amor. A nossa, da mãe e minha, e a de todos, ou quase todos, os que por ali tiveram o privilégio de passar.Uma inolvidável história de amor por Moçambique de que não queremos abrir mão, porque ninguém dispensa uma luz que, de tão forte, ainda continua a cobrir-nos de bênçãos.»
Fonte: fnac.pt

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Jenifer

Em 2008 começava esta minha aventura de ser "sponsor" de uma criança desfavorecida e desconhecida. Ponderei, pensei bem e depois de algum tempo de reflexão decidi mesmo escolher uma criança para apoiar. Eu sabia que ia ser uma coisa para a vida, não podia abandoná-la depois de lhe dar a mão, quando tomei a decisão pensei "vai ser para sempre". Não foi.
Durante estes últimos 6 anos, todos os meses mandava a mensalidade definida para que a Jenifer tivesse acesso a cuidados básicos de saúde, médicos, escola, material escolar e comida. Nunca me esqueci, nunca faltei com uma mensalidade, nem mesmo quando estive sem emprego. Além da mensalidade ainda mandava uma quantia extra nas festas, Natal, Páscoa, aniversário, dia da família, entre outros. Além disso comprava-lhe roupas ou brinquedos ou outras coisas que achasse que ela ia gostar e enviava-lhe pelo correio. Muitas vezes ficava mais caro o envio que o próprio presente. Ela retribuia-me com cartas e desenhos. Foi assim durante 6 anos até ao dia em que me enviaram um email a informar-me que não poderiam entregar à Jenifer a prenda da Páscoa (uma tshirt e uma saia de ganga) pois ela e a família tinham saído do lugar onde viviam sem avisar. Como assim? Desapareceram do mapa? A organização não sabe nada da Jenifer, nem para onde foi nem se volta. Talvez a família tenha emigrado à procura de melhores condições, espero que estejam todos bem e que tenham mudado para melhor. 
Já eu sinto que fiquei coxa. Ao fim de 6 anos, ainda que não nos conhecessemos pessoalmente, a Jenifer já fazia parte da minha vida, era uma "afilhada" que um dia ainda havia de ir conhecer. Não aconteceu.
Cá dentro tenho esperança que ela tenha guardado a minha morada e um dia me contacte e me conte que está bem. Espero mesmo que tenha ido ser feliz para um lugar melhor. 

sábado, 12 de julho de 2014

Coisas que me irritam #3

Aquelas pessoas que insistem em meter acentos nos advérbios de modo, especialmente quando esses erros aparecem em notícias. "Estéticamente"? "Práticamente"? A sério?
Não é suposto serem jornalistas a escrever as notícias? Não é suposto os jornalistas saberem escrever muito bem? Os erros ortográficos corroem-me o fígado. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Isto não é música

A música de chamada em espera do call center da Sportzone é capaz de ser das mais aborrecidas do mundo. Estou há 5 minutos à espera e sinto-me a sangrar dos ouvidos.

Há uma altura na vida #2

...em que dormir 6 horas seguidas é tido como um luxo.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

sábado, 5 de julho de 2014

Happiness

Eu não diria melhor. Não há nada melhor que acordar na praia, sair de casa a pé e em 2 minutos estar a ver o mar, beber um café enquanto ao longe o barco regressa do mar. Isto é qualidade de vida. É assim que sou feliz.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

A Viagem do Elefante, de José Saramago


"A Viagem do Elefante" conta isso mesmo, a viagem do elefante Solimão de Lisboa até Viena, como oferta de D. João III ao seu primo, o arquiduque Maximiliano de Áustria. Solimão vem acompanhado de um cornaca, o homem que dele trata, Subhro, que é a personificação de muitas características da sociedade que o autor critica.
Nunca deixando de esconder críticas em metáforas, Saramago escreve num ritmo e estilo próprios, pegando numa viagem que se resumiria numa página e transformando-a num livro.



Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam.O Livro dos Itinerários Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante. Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias, não sabemos o que mais admirar – o estilo pessoal do autor; a combinação de personagens reais e inventadas; o olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão com que o autor observa as fraquezas humanas. Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.    
Fonte: fnac.pt

domingo, 29 de junho de 2014

Frase do dia #70

You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them.
Ray Bradbury

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre a maternidade #1 - o nascimento

12 de Maio será para sempre a data mais marcante no meu calendário, foi o dia em que veio ao mundo a princesa que cresceu dentro de mim durante 39 semanas.

À medida que se aproximava a data prevista do parto e se confirmava que a Leonor estava em posição pélvica (de cabeça para cima) ia-me mentalizando para que ela nascesse de cesariana. A cesariana foi marcada para dia 12 de Maio de manhã, pelo que a obstetra me mandou ir para a Maternidade para me internar na véspera ao fim da tarde, domingo. Ainda passei o fim de semana em casa dos pais, mas no domingo cheguei a casa, peguei nas malas (a minha e a da Leonor), passei pelo café para comer um gelado e "despedir-me" dos amigos e lá fui ver se me internava no lugar que iria ser a nossa casa durante uns dias.

Passei a cerca de hora e meia que durou a cesariana na expectativa, a falar com a anestesista e com as enfermeiras, todas detentoras de uma simpatia fora de série, enquanto a minha obstetra fazia o que de melhor sabe: fez nascer a minha criança.

A Leonor nasceu cheia de saúde (o índice de Apgar confirmou, 9 e 10), 3,400Kg de gente, 47 cm de amor puro, linda como uma flor e cheia de vida.

Assim que ma tiraram da barriga vi-lhe um bracinho e a cabeça, depois levaram-na para observar e vestir. Daí a pouco colocaram-na junto à minha cara para nos conhecermos uma à outra e ali estivémos durante um tempo que não consigo contabilizar a estabelecer uma ligação diferente daquela que tínhamos, agora com ela do lado de fora, o nosso primeiro momento a duas.

Durante esse primeiro dia não me pude mexer, estive sempre deitada e o pai encarregou-se de tratar da Leonor, desde mudar fraldas a metê-la junto a mim para mamar, ou segurá-la ao colo se ela chorava. É difícil lembrar-me dos pormenores desse primeiro dia, foram muitas emoções juntas para gerir, aprender a conhecer a minha menina e ela a mim, processar tudo enquanto o meu corpo ainda reagia à recente operação e ao efeito da anestesia.

Nesse dia soube que nunca mais o meu coração iria estar tranquilo porque o meu coração estava ali, fora do meu corpo. Ser mãe não se explica, sente-se.


The Frozen Ground


A história deste filme é baseada em factos verídicos e apresenta-nos Robert Hansen (John Cusack), um serial killers que matou 24 mulheres ao longo de 12 anos sem que ninguém suspeitasse dele. Ninguém acredita que Bob, um cidadão exemplar, homem de família, possa ter cometido crimes tão horrendos. No entanto, Jack Halcombe (Nicolas Cage) está determinado em apanhar o serial killer com a ajuda de Cindy Paulson (Vanessa Hudgens), a prostituta que escapou ao destino traçado pelo monstro.
Com interpretações medianas, destaca-se Cusack no papel do assassino. Ainda assim é um thriller bastante leve e que poderia ter sido mais explorado.
Quando Cindy Paulson, uma prostituta adolescente, é encontrada pela polícia local num quarto de hotel no Alasca – espancada e a implorar pela própria vida –, toda a gente ignora os fatos e a sua versão de acontecimentos. No entanto, o Sargento Jack Halcombe, rapidamente chega à conclusão que Cindy é a única vítima sobrevivente de um assassino em série local, responsável por um grande número de mortes de jovens mulheres na última década. Sem o apoio do seu próprio departamento, Halcombe precisa encontrar Cindy, conquistar a sua confiança e formar uma parceria improvável de forma a localizar o homem que ainda a quer matar.
Fonte: cinema.sapo.pt
The Frozen Ground no IMDB.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

The Numbers Station


Emerson Kent (John Cusack) é um ex-agente da CIA cuja função actual é proteger uma operadora de códigos, Katherine (Malin Akerman), quando terroristas levam a cabo um ataque organizado que ameaça as vidas de Emerson e Katherine e colocam em causa a segurança do centro de comunicações.
Tendo apenas como cenário a base de operações, é um filme simples, sem grandes efeitos ou complicações, fácil de assistir.
Emerson Kent é um agente especial caído em desgraça, destacado para uma tarefa aparentemente insignificante: acompanhar Katherine, uma especialista em códigos, até uma isolada e clandestina estação de transmissão da CIA e velar pela sua segurança . Mas quando a estação é invadida por agentes inimigos, Kent rapidamente descobre que a única forma de concluir essa tarefa poderá implicar que Katherine não seja capturada viva.
Fonte: cinema.sapo.pt

We're the Millers


David Clark (Jason Sudeikis) é um reles traficante local já com idade para ter juízo que se vê assaltado por um grupo de adolescentes e fica, portanto, em muito maus lençóis perante o seu "superior". Para dar a volta à situação pensa num plano que inclui viajar para o México para traficar droga para os EUA fazendo-se passar por chefe de família, com uma família falsa, os Millers. Naturalmente que este plano tinha tudo para correr mal.
este filme é a típica comédia americana de domingo à tarde, cheia de estereótipos, previsível mas que cumpre o objectivo, isto é, diverte quem assiste ao filme.
David Burke é um pequeno traficante de droga, cuja clientela inclui patrões e mães de família, mas não crianças – afinal de contas, ele tem escrúpulos. Então o que pode correr mal? Muita coisa. Pelos motivos óbvios tenta manter-se discreto mas aprende da maneira mais difícil que nenhuma boa ação fica impune quando tenta ajudar alguns adolescentes e acaba por ser atacado por um trio de punks. Ao roubarem a sua droga e o seu dinheiro, deixam-no com uma grande dívida ao seu fornecedor, Brad. De forma a dar a volta à situação, David tem agora de tornar-se num grande traficante e trazer uma mercadoria do México para Brad. Com a ajuda dos seus vizinhos, a stripper cínica Rose, o potencial cliente Kenny e a adolescente com tatuagens e piercings Casey, David elabora um plano infalível. Uma esposa e dois filhos falsos e uma enorme autocaravana. Depois, os "Millers" seguem para o sul da fronteira para um fim de semana de 4 de Julho que certamente acabará mal.
Fonte: cinema.sapo.pt
We're the Millers no IMDB.

Ser português é...

Ser português é, entre tantas coisas, estas que alguém escreveu. Posso não concordar inteiramente com tudo, posso até querer acrescentar outras tantas, ainda assim aqui está um bom resumo daquilo que é ser português.

Podemos não ter a organização dos Suíços, o rigor dos alemães, a limpeza dos austríacos, a pontualidade dos britânicos, a meticulosidade dos franceses, o orgulho dos espanhóis ou a riqueza dos escandinavos, mas que somos um povo muito mais simpático e caloroso que esta cambada toda disso não tenho dúvidas. E ser português é isso. Ser português é ser muita coisa.
Ser português é pedir um ramo de salsa ao vizinho e ficar lá meia hora a conversar. Ser português é falar alto na rua e nos restaurantes sem notar. Ser Português é ter o melhor jogador de futebol do mundo e não gostar muito dele até vir alguém de fora criticar. Ser português é ter na guelra o sangue quente arrefecido por uma ditadura. Ser português é ter poesia de revolução e fazê-la sem violência e de cravo na mão. Ser português é comer chouriço assado na lareira com mais prazer do que ir ao restaurante gourmet. Ser português é revoltarmo-nos quando nos dizem que o limite passa de 0,5 para 0,2, porque ser português é beber vinho, cerveja e agua-ardente.
Ser português é ter orgulho em sê-lo mesmo quando se diz o contrário. É ir lá fora e falar de fado, da comida, da praia, de tudo o que nos orgulhamos quando temos saudades. Ser português é ter saudades. É ter saudades do sol, das sopas da avo, dos cafés e cigarros na esplanada com os amigos. Ser português é ter saudades e não esquecer.É ser nostálgico mas ter amnésia selectiva de 4 em 4 anos e queixar-se que está tudo na mesma.
Ser português é desenrascar. É encontrar caminho sem perguntar. Ser português é pedir indicações e ter logo a ajuda de vários estranhos. Ser português é tentar a borla seja do que for. Ser português é oferecer só porque se simpatizou com alguém. Ser português é ter os melhores lá fora porque é lá fora que se faz o melhor. Ser português é ter o mar no horizonte e nunca olhar para terra, é seguir em frente até o mar acabar, é descobrir, sonhar e inventar. Ser português é conquistar, é dar porrada na mãe, é dizer não e expulsar os mouros e os espanhóis. Ser português é esquecer. Ser português é o vídeo da Bernardina ter mais de 3 milhões de visualizações e a maioria não ter gostado. Ser português é toda a gente ver a casa dos segredos em segredo. Ser português é achar que ser advogado ou doutor é melhor do que ser pasteleiro ou agricultor mas gostar mais de bolos e batatas do que tribunais e hospitais. 
Ser português é dizer bom dia ao vizinho, é dizer bom dia no café, é dizer olá como está ao carteiro, é dizer bem obrigado no elevador. Ser português é dizer vai-se andando, para a frente, nunca para trás. Ser português é ser pessimista quando as coisas estão boas mas optimista quando estão más. Ser português é ser-se humano e por isso ser-se incoerente. É ter poetas nas gentes, é ter Antónios Aleixos semi-analfabetos mas que sabem mais que doutores. É ter bêbedos e drogados no génio de Pessoa. É tudo valer a pena porque a nossa alma não é pequena. Ser português é ter a alma grande mas não ter dinheiro para a manter. Ser português é pedir crédito para o plasma e LCD, para as férias no Brasil e depois ficar sem comer. Ser português é acreditar em tudo o que passa na TV. Ser português é duvidar de tudo o que se lê.
Ser português é ser de brandos e bons costumes até ver. Ser português é andar à porrada por causa de futebol ou lugares de estacionamento. Ser português é acelerar e ficar chateado se se é multado. Ser português é saber as leis e saber que podem ser ignoradas. Ser português é eleger sempre os mesmos filhos da puta. Ser português é ser revoltado. Ser português é esquecer a semana no sábado e sofrer por antecedência no domingo. Ser português é chegar ao trabalho na segunda e falar da bola. Ser português é ser descarado. É dizer à gaja boa do trabalho que temos que ir beber um copo a qualquer lado. Ser português é seduzir sem medo do resultado. É ter lata de cerveja na mão e na outra contar os trocos para mais uma rodada.
Ser português é sentir orgulho na garganta mesmo com a pressão do nó de forca que nos traçaram. Ser português é apertar o cinto mas andar de rego à mostra.Ser português é dizer mal mas ai de quem diga mal e não seja português. Ser português é não ser patriótico mas sentir os olhos aguados ao ouvir o hino. É dizer que é o mais bonito de todos. É meter uma bandeira na janela e deixar a porta aberta a quem quiser entrar. Ser português é gritar com a selecção mesmo sem nunca se ter ganho nada, só pelo orgulho de se ser de Portugal.
Ser português é escrever este texto à pressa porque estão à minha espera em algum lado. Ser português é chegar atrasado mas de peito levantado.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Aventuras de balcão

O atendimento ao público é uma coisa que nem toda a gente está efectivamente habilitada para fazer. Hoje foi dia de ida à Maternidade ver o estado da situação, a ver se o nascimento estava para perto ou se ainda dava para ir a umas festas de aniversário e uns almoços de família agora no início de Maio.

Chego ao balcão da Urgência (sim, foi lá que fui para ver como param as modas dentro da minha barriga) assim cedo pela fresca, 8h30 da manhã, e ninguém para me atender. Só estava um senhor na sala de espera, provavelmente à espera da sua grávida que estaria a ser atendida lá dentro, e ao balcão não se via vivalma.

Esperei, li os papéis todos que por lá andavam até que chega alguém para me atender. E quem era? Pois, aquela-que-parece-que-todos-lhe-devem-e-ninguém-lhe-paga. Foi neste momento que eu pensei "eu joguei pedra na cruz" (ler com sotaque brasileiro). Desde o último encontro que tive com esta senhora bem que lhe podia ter passado a neura, mas, espantem-se, não passou. Ora pois que a senhora vem lá de dentro para me atender a praguejar entredentes que se tinha acabado não sei o quê, e que tinham de trazer tudo de casa, até canetas tinham de trazer de casa. Agora a sério, eu mereço?

Felizmente só tive de lhe dizer bom dia, dar o livro verde para me registar e virar costas, não tenho paciência para estas almas perdidas.

Já na triagem a enfermeira que me atendeu foi de uma simpatia tal logo àquela hora da manhã que até me deu gosto conversar um bocadinho com ela.

Se me volto a cruzar com aquela mal-dispostinha que parece-que-todos-lhe-devem-e-ninguém-lhe-paga acho que me nasce a miúda com o susto!


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Um Amor em Tempos de Guerra, de Júlio Magalhães


A história deste livro leva-nos a um dos mais marcantes episódios da nossa história mais recente: a guerra do Ultramar. António, o protagonista, vive em Santa Comba Dão, é vizinho de António Oliveira Salazar, a ele lhe deve o nome que os pais lhe deram, e tem um amor desde sempre, Amélia, com quem tem planos para casar, ter filhos e ser feliz. Tudo corria bem até ao dia em que é chamado para a tropa e, depois do serviço militar cumprido, é enviado para Angola a bordo do navio Niassa que levou os militares portugueses para combater numa guerra de ninguém. Em Angola valem-lhe os amigos que fez na tropa, os amigos que fez na guerra e as cartas trocadas com Amélia e a mãe para manter a sanidade mental que a guerra rouba, e vale-lhe Dulce, uma preta linda de sangue quente que lhe mostra outro amor diferente do de Amélia. António sabe o que quer e apesar de a sua missão já ultrapassar os dois anos, ele só pensa em regressar à sua terra e casar com Amélia, conforme planeado anos antes, no entanto na última missão é apanhado numa emboscada, feito prisioneiro durante 3 anos e dado como morto pelo exército português. António consegue fugir já depois da Revolução, e acaba por regressar doente, muito fragilizado a nível emocional e sem saber o que o espera na sua terra.

O modo de escrita de Júlio Magalhães reflecte o seu lado jornalista e talvez seja isso que faz com que a leitura deste livro seja tão fluida e galopante.
É um livro que nos toca no lado mais sensível, fazendo o leitor sentir a dor e o desespero dos portugueses, tanto os que partiram para a guerra, como os que cá ficaram amputados dos seus familiares e amigos.

No final, e apesar de todo o contexto histórico em que está envolvida, esta é uma história de um amor superior que pode muito bem ter acontecido nos idos anos 70.
A época interessa-me, tenho muita curiosidade pelos acontecimentos que ocorreram nesta altura e é também a esse facto que atribuo a rapidez com que li o livro.
António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria em nome de uma guerra distante que não era a sua. Deixou para trás a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher a quem pedira em casamento, num banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz de Vimieiro. Promessa gravada num enxoval imaculado que ficou guardado no armário, à espera do fim daquela maldita guerra. Quando António regressou de Angola, era um homem diferente. Marcado no corpo por anos de guerra e de cativeiro e no coração por um amor impossível que deixara em pleno mato angolano. Regressava para cumprir a promessa que fizera anos antes à sua noiva Amélia, que o julgara morto, e que, em sua memória, tinha enterrado um caixão sem corpo.
Fonte: fnac.pt

Nascido e Criado na Margem Sul, de Rui Unas


Este livro encaixa-se mais no estilo de comédia do que propriamente biografia porque duvido que grande parte do que Unas nos escreve tenha realmente acontecido, ou pelo menos acontecido tudo com ele.
Num estilo de escrita corrido e muito simples, Rui Unas conta-nos passagens de uma vida passada na Margem Sul, com gangues, jogos de bola na praceta, e todo um conjunto de episódios que dariam um livro bibliográfico se tivessem todos realmente acontecido, assim deram um livro misto de ficção e realidade com piada que se lê "enquanto o Diabo esfrega um olho".
Rui Unas vive na Margem Sul há quarenta anos anos e correm rumores de que nunca foi sequer a Lisboa. (Diz-se que sente vertigens ao aproximar-se da ponte e que só de charola aceita pôr os pés num cacilheiro.) Em certas noites de nevoeiro há relatos de avistamentos do nosso herói no braço esquerdo do Cristo Rei – de costas para Lisboa. Pela Margem Sul cresceu, levando uma vida pautada pelo vício e pela transgressão gratuita, tendo conquistado o pleno domínio da sua praceta enquanto criança. É dali que ainda hoje controla o tráfico de ursinhos de goma em toda a Margem Sul e comanda o movimento independentista sectário autodenominado «A Margem Sul é até Cabo Verde». Há cerca de vinte anos, conquistou o mundo aos microfones da Rádio Seixal, travestindo-se desde então de radialista, apresentador de televisão, fake MC, autor de autobiografias imaginárias, actor e profissionalíssimo professor de kizomba. Don Juan nas horas vagas (e nas outras horas todas), são épicas as histórias das suas conquistas, de Alcochete à Caparica, tendo as suas bravatas inspirado argumentos cinematográficos de uma produtora de renome, sediada numa cave do Barreiro. Marcou gerações, sobretudo a que o viu de maillot de luta greco-romana, e nem com uma vida inteira de psicoterapia conseguirão os margem-sulenses esquecer a primeira vez que dançou o malhão africano em público. Esta é a sua história.
Fonte: fnac.pt

O Homem Que Sonhava Ser Hitler, de Tiago Rebelo


Este livro conta a história de um inspector da polícia judiciária e do seu parceiro que tentam deslindar uma conspiração política da extrema-direita que tem como objectivo destruir a democracia em Portugal. A história parte de uma agressão de um grupo de cabeças-rapadas a uma criança que fica em coma, e é a partir daqui que a judiciária começa a desenrolar o novelo sem fim que envolve gente influente e conhecida do meio político.

Com uma escrita simples, fácil e fluida a que Tiago Rebelo já habituou os seus leitores noutros livros, é um romance meio policial com muito suspense que prende à medida que se avança na leitura, com um final mais ou menos surpreendente.
Neste surpreendente romance, Tiago Rebelo abre-nos a porta dos fundos do lado mais obscuro da política nacional dos nossos dias, onde nada é o que parece ser e onde se desenrolam acontecimentos extraordinários que colocam em perigo a sociedade, sem que esta se aperceba do que está realmente a acontecer. Negócios duvidosos, violência extrema, espionagem, tudo vale numa guerra secreta entre um implacável exército da extrema-direita e grupos de agitadores anarquistas da esquerda mais radical. Os dois lados tecem as suas teias globais, que se confrontam, desde as revoltas nas ruas da Grécia aos bairros problemáticos dos arredores de Lisboa. Numa narrativa vertiginosa que, a cada página, é uma bola de neve de acontecimentos cada vez mais inesperados, o autor apresenta-nos personagens inesquecíveis, como o Caveira, um sinistro gigante que chefia as tropas de choque de um partido neonazi liderado pelo seu irmão, um homem sem escrúpulos e de invulgar inteligência, que tem o sonho de repetir em Portugal o projecto de Hitler.Contra estes impiedosos irmãos, o inspector-chefe, António Gaspar, da PJ, leva a cabo uma investigação que ameaça a sua vida e a da mulher que ama, a ex-namorada que procura recuperar no desvario dos dias perigosos que põem em risco a nação.
Fonte: fnac.pt

quinta-feira, 10 de abril de 2014

L que não é de Leonor

Diz-se por aí que na primeira gravidez as futuras mães têm a tendência de ir comprar roupa de grávida mal a barriga começa a crescer. Ora acho que nem nesta parte fui normal, só fui comprar duas camisolas de grávida porque a minha mãe quase me obrigou. Se as calças de grávida me dão efectivamente muito jeito (todas as outras deixaram mesmo de servir), relativamente às camisolas consegui desenrascar-me com o que tinha no armário, até ao dia em que a minha mãe me disse "vamos comprar roupa que eu quero que sejas uma grávida bonita", que é tudo o que uma pessoa quer ouvir da própria mãe! Sabem aquela coisa das mães acharem que somos os mais bonitos do mundo, independentemente das calças rotas, as sapatilhas gastas ou as camisolas com borbotos? Deixem lá isso, é tudo mentira.
Pois que lá fizemos uma incursão ao shopping mais próximo para adquirir uns modelitos da moda para a minha barriga que teimava em crescer um bocadinho a cada dia que passava. Claro que não fui a lojas de grávida, fui às lojas de sempre, mas como a barriga já há muito que deixou de ser lisa, vi-me obrigada a ir subindo os tamanhos à medida que experimentava roupa, porque se a barriga estava grande, ia acabar por crescer mais e quando viesse o calor primaveril já nada daquilo me ia servir e iria precisar de roupa novamente, e foi assim que eu, menina de S na roupa, acabei a comprar camisolas e tshirts de tamanho L. Quem disse que ir às compras era relaxante? 


Esta foi uma das aquisições que, coincidentemente, tenho hoje vestida e me está a fazer assar com o abafo que aqui está.

É todo um mundo novo

Felizmente nunca fui pessoa de grandes doenças ou paranóias com as mesmas, pelo que as minhas idas ao médico sempre passaram pelo estritamente necessário, ou seja, quando era obrigada pela minha mãe ou quando o caso era realmente grave. Assim sendo, todas estas andanças de consultas, análises e afins são uma nova descoberta associadas à gravidez.
Mais uma achega para a minha dissertação: causa-me dores de fígado pessoas que estão no atendimento ao público e logo pela manhã têm aquela cara de que toda a gente lhes deve e ninguém lhes paga, tratando os utentes de tal forma que uma pessoa até se sente culpada de cá ter vindo.
Pois bem, posto isto, vamos ao que interessa. Doutora manda vir à maternidade para me fazer uma análise que o médico de família se esqueceu de passar (antes que perguntem, sim, eu sou como o da canção, vou a todas, médica particular, maternidade e médico de família). 
Assim que cheguei, fui falar com a médica e ela passou-me um papelinho com aquela letra ilegível tão própria dos médicos para eu ir à recepção inscrever-me. Ora é aqui que a história começa. 
A senhora simpática da recepção, depois de ouvir o que eu queria, passa-me para a fila do lado, para ser atendida por aquela-que-parece-que-todos-lhe-devem-e-ninguém-lhe-paga. Ela ouviu o que pretendia e começou o fandango. Entredentes começou a barafustar que devia era estar no gabinete dela (deve ser daquelas que são boas é a trabalhar isoladas da população), que a médica não estava boa, que ia agora abrir um processo por causa de uma análise, nisto eu interrompo delicadamente e num esforço de simpatia que já não me estava a ser natural digo que a médica está no gabinete 1 se desejar falar com ela, ao que ouço "vou agora falar com a médica" - em jeito de desdém - "se ela diz que é para inscrever, é para inscrever" mas sempre com maus modos!
Perante a má disposição da senhora, só me saiu um seco "obrigada e bom dia", virei costas e lá fui esperar pela minha vez na consulta com a médica.
Cara senhora da recepção aquela-que-parece-que-todos-lhe-devem-e-ninguém-lhe-paga, a senhora trabalha numa maternidade, sabe, portanto, que as grávidas em particular são seres com mudanças de humor repentinas e a qualquer momento pode-lhe ser direccionada uma resposta torta ou até um insulto, por isso se eu fosse a senhora metia a minha melhor cara para vir trabalhar, mas se não estiver para isso, não se incomode que eu conheço pelo menos meia dúzia de pessoas que fariam o seu trabalho com um sorriso na cara e boa disposição e a senhora poderia ficar em casa a contar para a estatística do desemprego.
Passe bem.
(Foto tirada na sala de espera deste espaço de saúde onde está um abafo que quase me coze a miúda)