domingo, 29 de junho de 2014

Frase do dia #70

You don’t have to burn books to destroy a culture. Just get people to stop reading them.
Ray Bradbury

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Sobre a maternidade #1 - o nascimento

12 de Maio será para sempre a data mais marcante no meu calendário, foi o dia em que veio ao mundo a princesa que cresceu dentro de mim durante 39 semanas.

À medida que se aproximava a data prevista do parto e se confirmava que a Leonor estava em posição pélvica (de cabeça para cima) ia-me mentalizando para que ela nascesse de cesariana. A cesariana foi marcada para dia 12 de Maio de manhã, pelo que a obstetra me mandou ir para a Maternidade para me internar na véspera ao fim da tarde, domingo. Ainda passei o fim de semana em casa dos pais, mas no domingo cheguei a casa, peguei nas malas (a minha e a da Leonor), passei pelo café para comer um gelado e "despedir-me" dos amigos e lá fui ver se me internava no lugar que iria ser a nossa casa durante uns dias.

Passei a cerca de hora e meia que durou a cesariana na expectativa, a falar com a anestesista e com as enfermeiras, todas detentoras de uma simpatia fora de série, enquanto a minha obstetra fazia o que de melhor sabe: fez nascer a minha criança.

A Leonor nasceu cheia de saúde (o índice de Apgar confirmou, 9 e 10), 3,400Kg de gente, 47 cm de amor puro, linda como uma flor e cheia de vida.

Assim que ma tiraram da barriga vi-lhe um bracinho e a cabeça, depois levaram-na para observar e vestir. Daí a pouco colocaram-na junto à minha cara para nos conhecermos uma à outra e ali estivémos durante um tempo que não consigo contabilizar a estabelecer uma ligação diferente daquela que tínhamos, agora com ela do lado de fora, o nosso primeiro momento a duas.

Durante esse primeiro dia não me pude mexer, estive sempre deitada e o pai encarregou-se de tratar da Leonor, desde mudar fraldas a metê-la junto a mim para mamar, ou segurá-la ao colo se ela chorava. É difícil lembrar-me dos pormenores desse primeiro dia, foram muitas emoções juntas para gerir, aprender a conhecer a minha menina e ela a mim, processar tudo enquanto o meu corpo ainda reagia à recente operação e ao efeito da anestesia.

Nesse dia soube que nunca mais o meu coração iria estar tranquilo porque o meu coração estava ali, fora do meu corpo. Ser mãe não se explica, sente-se.


The Frozen Ground


A história deste filme é baseada em factos verídicos e apresenta-nos Robert Hansen (John Cusack), um serial killers que matou 24 mulheres ao longo de 12 anos sem que ninguém suspeitasse dele. Ninguém acredita que Bob, um cidadão exemplar, homem de família, possa ter cometido crimes tão horrendos. No entanto, Jack Halcombe (Nicolas Cage) está determinado em apanhar o serial killer com a ajuda de Cindy Paulson (Vanessa Hudgens), a prostituta que escapou ao destino traçado pelo monstro.
Com interpretações medianas, destaca-se Cusack no papel do assassino. Ainda assim é um thriller bastante leve e que poderia ter sido mais explorado.
Quando Cindy Paulson, uma prostituta adolescente, é encontrada pela polícia local num quarto de hotel no Alasca – espancada e a implorar pela própria vida –, toda a gente ignora os fatos e a sua versão de acontecimentos. No entanto, o Sargento Jack Halcombe, rapidamente chega à conclusão que Cindy é a única vítima sobrevivente de um assassino em série local, responsável por um grande número de mortes de jovens mulheres na última década. Sem o apoio do seu próprio departamento, Halcombe precisa encontrar Cindy, conquistar a sua confiança e formar uma parceria improvável de forma a localizar o homem que ainda a quer matar.
Fonte: cinema.sapo.pt
The Frozen Ground no IMDB.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

The Numbers Station


Emerson Kent (John Cusack) é um ex-agente da CIA cuja função actual é proteger uma operadora de códigos, Katherine (Malin Akerman), quando terroristas levam a cabo um ataque organizado que ameaça as vidas de Emerson e Katherine e colocam em causa a segurança do centro de comunicações.
Tendo apenas como cenário a base de operações, é um filme simples, sem grandes efeitos ou complicações, fácil de assistir.
Emerson Kent é um agente especial caído em desgraça, destacado para uma tarefa aparentemente insignificante: acompanhar Katherine, uma especialista em códigos, até uma isolada e clandestina estação de transmissão da CIA e velar pela sua segurança . Mas quando a estação é invadida por agentes inimigos, Kent rapidamente descobre que a única forma de concluir essa tarefa poderá implicar que Katherine não seja capturada viva.
Fonte: cinema.sapo.pt

We're the Millers


David Clark (Jason Sudeikis) é um reles traficante local já com idade para ter juízo que se vê assaltado por um grupo de adolescentes e fica, portanto, em muito maus lençóis perante o seu "superior". Para dar a volta à situação pensa num plano que inclui viajar para o México para traficar droga para os EUA fazendo-se passar por chefe de família, com uma família falsa, os Millers. Naturalmente que este plano tinha tudo para correr mal.
este filme é a típica comédia americana de domingo à tarde, cheia de estereótipos, previsível mas que cumpre o objectivo, isto é, diverte quem assiste ao filme.
David Burke é um pequeno traficante de droga, cuja clientela inclui patrões e mães de família, mas não crianças – afinal de contas, ele tem escrúpulos. Então o que pode correr mal? Muita coisa. Pelos motivos óbvios tenta manter-se discreto mas aprende da maneira mais difícil que nenhuma boa ação fica impune quando tenta ajudar alguns adolescentes e acaba por ser atacado por um trio de punks. Ao roubarem a sua droga e o seu dinheiro, deixam-no com uma grande dívida ao seu fornecedor, Brad. De forma a dar a volta à situação, David tem agora de tornar-se num grande traficante e trazer uma mercadoria do México para Brad. Com a ajuda dos seus vizinhos, a stripper cínica Rose, o potencial cliente Kenny e a adolescente com tatuagens e piercings Casey, David elabora um plano infalível. Uma esposa e dois filhos falsos e uma enorme autocaravana. Depois, os "Millers" seguem para o sul da fronteira para um fim de semana de 4 de Julho que certamente acabará mal.
Fonte: cinema.sapo.pt
We're the Millers no IMDB.

Ser português é...

Ser português é, entre tantas coisas, estas que alguém escreveu. Posso não concordar inteiramente com tudo, posso até querer acrescentar outras tantas, ainda assim aqui está um bom resumo daquilo que é ser português.

Podemos não ter a organização dos Suíços, o rigor dos alemães, a limpeza dos austríacos, a pontualidade dos britânicos, a meticulosidade dos franceses, o orgulho dos espanhóis ou a riqueza dos escandinavos, mas que somos um povo muito mais simpático e caloroso que esta cambada toda disso não tenho dúvidas. E ser português é isso. Ser português é ser muita coisa.
Ser português é pedir um ramo de salsa ao vizinho e ficar lá meia hora a conversar. Ser português é falar alto na rua e nos restaurantes sem notar. Ser Português é ter o melhor jogador de futebol do mundo e não gostar muito dele até vir alguém de fora criticar. Ser português é ter na guelra o sangue quente arrefecido por uma ditadura. Ser português é ter poesia de revolução e fazê-la sem violência e de cravo na mão. Ser português é comer chouriço assado na lareira com mais prazer do que ir ao restaurante gourmet. Ser português é revoltarmo-nos quando nos dizem que o limite passa de 0,5 para 0,2, porque ser português é beber vinho, cerveja e agua-ardente.
Ser português é ter orgulho em sê-lo mesmo quando se diz o contrário. É ir lá fora e falar de fado, da comida, da praia, de tudo o que nos orgulhamos quando temos saudades. Ser português é ter saudades. É ter saudades do sol, das sopas da avo, dos cafés e cigarros na esplanada com os amigos. Ser português é ter saudades e não esquecer.É ser nostálgico mas ter amnésia selectiva de 4 em 4 anos e queixar-se que está tudo na mesma.
Ser português é desenrascar. É encontrar caminho sem perguntar. Ser português é pedir indicações e ter logo a ajuda de vários estranhos. Ser português é tentar a borla seja do que for. Ser português é oferecer só porque se simpatizou com alguém. Ser português é ter os melhores lá fora porque é lá fora que se faz o melhor. Ser português é ter o mar no horizonte e nunca olhar para terra, é seguir em frente até o mar acabar, é descobrir, sonhar e inventar. Ser português é conquistar, é dar porrada na mãe, é dizer não e expulsar os mouros e os espanhóis. Ser português é esquecer. Ser português é o vídeo da Bernardina ter mais de 3 milhões de visualizações e a maioria não ter gostado. Ser português é toda a gente ver a casa dos segredos em segredo. Ser português é achar que ser advogado ou doutor é melhor do que ser pasteleiro ou agricultor mas gostar mais de bolos e batatas do que tribunais e hospitais. 
Ser português é dizer bom dia ao vizinho, é dizer bom dia no café, é dizer olá como está ao carteiro, é dizer bem obrigado no elevador. Ser português é dizer vai-se andando, para a frente, nunca para trás. Ser português é ser pessimista quando as coisas estão boas mas optimista quando estão más. Ser português é ser-se humano e por isso ser-se incoerente. É ter poetas nas gentes, é ter Antónios Aleixos semi-analfabetos mas que sabem mais que doutores. É ter bêbedos e drogados no génio de Pessoa. É tudo valer a pena porque a nossa alma não é pequena. Ser português é ter a alma grande mas não ter dinheiro para a manter. Ser português é pedir crédito para o plasma e LCD, para as férias no Brasil e depois ficar sem comer. Ser português é acreditar em tudo o que passa na TV. Ser português é duvidar de tudo o que se lê.
Ser português é ser de brandos e bons costumes até ver. Ser português é andar à porrada por causa de futebol ou lugares de estacionamento. Ser português é acelerar e ficar chateado se se é multado. Ser português é saber as leis e saber que podem ser ignoradas. Ser português é eleger sempre os mesmos filhos da puta. Ser português é ser revoltado. Ser português é esquecer a semana no sábado e sofrer por antecedência no domingo. Ser português é chegar ao trabalho na segunda e falar da bola. Ser português é ser descarado. É dizer à gaja boa do trabalho que temos que ir beber um copo a qualquer lado. Ser português é seduzir sem medo do resultado. É ter lata de cerveja na mão e na outra contar os trocos para mais uma rodada.
Ser português é sentir orgulho na garganta mesmo com a pressão do nó de forca que nos traçaram. Ser português é apertar o cinto mas andar de rego à mostra.Ser português é dizer mal mas ai de quem diga mal e não seja português. Ser português é não ser patriótico mas sentir os olhos aguados ao ouvir o hino. É dizer que é o mais bonito de todos. É meter uma bandeira na janela e deixar a porta aberta a quem quiser entrar. Ser português é gritar com a selecção mesmo sem nunca se ter ganho nada, só pelo orgulho de se ser de Portugal.
Ser português é escrever este texto à pressa porque estão à minha espera em algum lado. Ser português é chegar atrasado mas de peito levantado.