terça-feira, 27 de setembro de 2016

Um Estranho no Coração, de Eduardo Sá


Este é o primeiro romance de Eduardo Sá, conhecido psicólogo de Coimbra, e cuja escrita e história não me encantou. Tem uma escrita leve e simples, não tão descritiva como gostaria e mais de análise, com um conjunto de personagens pouco vincadas e uma história com algum interesse.
Sentado num café, com o mar ao fundo, Gaspar sente a mão a tocar-lhe de leve no ombro, ouve a voz que não identifica e o chama. Vira-se para trás, leva algum tempo a reconhecê-la, assim tão pálida, escondida atrás dos óculos escuros. É a Luísa. Viu-a pela última vez vai para 42 anos, toda uma vida. E agora ali está ela, à sua frente, a sentar-se à sua mesa, como se fosse ontem. E tira os óculos. E os olhos encontram-se, a unir pontas que um dia se partiram, num verão distante, naquela mesma Nazaré. O coração de Gaspar aperta-se. É um coração velho, que já não serve. Gastou-o numa vida sem amor. E agora espera por um novo, um transplante, um milagre que lhe prolongue o prazo de validade. Agora mais do que nunca. Porque ela está ali, trazendo consigo a promessa de um futuro que não sabe se tem. Ou se algum dia terá. Romance de amor, de memórias, de reflexões, "Um Estranho no Coração" revela-nos uma faceta inesperada de Eduardo Sá. O contador de histórias continua presente, em cada página, em cada personagem. Mas desta vez usa como fio condutor uma única história, a de Gaspar; e nela projeta as suas (e as nossas) dúvidas, as decisões que tomamos, os desvios do caminho, as paragens sem porquê. E se nos oferece o balanço de uma vida vivida a medo, oferece-nos também uma ideia redentora: a segunda oportunidade, o eterno retorno.
Fonte: fnac.pt

Rio das Flores, de Miguel Sousa Tavares


A escrita de Miguel Sousa Tavares encantou-me em "Equador" e em nada me desiludiu em "Rio das Flores". A história, o contexto, a escrita, é tudo genial neste livro. À medida que se avança na leitura conhecem-se pormenores da época da Implantação da República e do Estado Novo em Portugal, da guerra civil em Espanha ou até da ditadura do Brasil. A ligar estes acontecimentos está a família Ribera Flores, uma família poderosa, alentejana com raízes espanholas, com personagens tão diferentes e com aspirações completamente opostas. Uma história brilhante que só posso recomendar.
Sevilha, 1915 - Vale do Paraíba, 1945: trinta anos da história do século XX correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e o preço a pagar demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade. "Rio das Flores" resulta de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, que serve de pano de fundo a um enredo de amores, paixões, apego à terra e às suas tradições e, simultaneamente, à vontade de mudar a ordem estabelecida das coisas. Três gerações sucedem-se na mesma casa de família, tentando manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios como o mundo nunca havia visto. No final sobrevivem os que não se desviaram do seu caminho.
Fonte: fnac.pt

O Apocalipse dos Trabalhadores


Ainda não sou fã dos livros de Valter Hugo Mãe, tenho vindo a lê-los aos poucos, a absorvê-los mas ainda sem encontrar a genialidade que muitos apregoam.
Foi com alguma reticência que comecei a leitura deste livro, um livro que se revelou de escrita simples mas com alguns apontamentos de maior complexidade, com uma história que começa num cenário do quotidiano mas que leva um rumo um pouco ficcional demais. Volto a frisar que a forma como o autor faz a pontuação me incomoda. Incomoda-me que não a use correctamente, tal como Saramago também não usava, se eu escrevesse assim seria um erro, sendo um autor consagrado é uma forma de arte. Não concordo.
Este é o romance mais divertido de Valter Hugo Mãe, feito da história sempre trágica de duas empregadas de limpeza e carpideiras profissionais que, entre cansaços e desilusões, encontram ainda motivos de esperança.Cada uma ao seu modo, descobrem caminhos nada óbvios para a felicidade, explicando uma inteligência que radica mais na emoção do que na prudência envergonhada do bom senso. O retrato mais genuíno de Portugal é, ao mesmo tempo, um sinal de força e de confiança para que, um dia, o país se encontre com a generosidade que define tanto o seu próprio povo.
Fonte: fnac.pt

2016 - Agosto

Descansar

Descanso foi palavra de ordem em Agosto. Foi um mês preenchido pela praia, pela pele salgada, cabelos ao vento e muitos bolos feitos com baldes e pás.

2016 - Julho

Aprender

Em Julho tive de aprender a gerir conflitos e fazer muita negociação. Passar o dia com duas crianças de dois anos muito espertas, reivindicativas e com argumentação que chegue para a idade delas foi um óptimo cenário para aprender muitas coisas.

2016 - Junho

Absorver

Em Junho foi tempo de absorver, tempo de escutar, de sentir o pulsar dos dias, absorver informação relevante para o futuro.

Diários Inéditos da Guerrilha Cubana, de Che Guevara e Raúl Castro


Este livro é um conjunto de páginas dos diários de Che Guevara, Raúl Castro e Fidel Castro que regista todos os acontecimentos relevantes a partir do momento em que partiram do México para derrubar o regime cubano.
Para quem tem alguma curiosidade sobre o socialismo cubano e a forma como se desencadeou a revolução é um livro que não podem deixar de ler.
Os diários do Che e de Raul dizem muito da natureza da Revolução Cubana e do carácter dos seus combatentes. Nas suas páginas encontramos não poucas respostas àqueles que ainda hoje se perguntam as razões de sobrevivência do processo revolucionário perante a quantidade de adversidades e obstáculos que, ao longo destes anos, desde a vitória popular do 1º de Janeiro de 1959, teve e soube enfrentar a Revolução Cubana, e do seu vigor e frescura sempre renovados. Amigos e inimigos poderão aprender ou reafirmar nestes diários de campanha o significado das ideias e os princípios da luta revolucionária, a importância decisiva nessa empresa de factores, tais como o esforço, a vontade de lutar, a decisão e a constância, o valor e o resultado final da luta. Essas são, precisamente, as experiências que legou a Revolução Cubana a todos os que noutras partes do mundo se propuseram, e se proporão no futuro, unir a sua sorte à dos pobres da terra e lutar pelo melhor destino dos seus povos. Por isso, estes diários são documentos de valor perdurável e de plena vigência nos nossos dias.
Fonte: fnac.pt

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Assim foi Auschwitz, de Primo Levi


Nesta obra Primo Levi e Leonardo de Benedetti contam, através de registos da época da libertação, como era efectivamente viver em campos de concentração, as atrocidades que se cometiam, como era feita a selecção à chegada, enfim, um rol de descrições violentas e chocantes que nos levam a pensar como é que esta chacina pôde ter lugar no século XX?
Um livro que celebra os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial Em 1945, no rescaldo do fim da Guerra e da libertação dos campos de concentração pelas forças aliadas, o exército soviético pediu a Primo Levi e a Leonardo de Benedetti, seu companheiro de campo, que redigissem uma relação detalhada das condições de vida nos Lager. O resultado foi um dos primeiros relatórios alguma vez realizados sobre os campos de extermínio. Chocante pela objectividade e detalhe, tocante pela precoce e indignada lucidez, é um testemunho extraordinário daquela que viria a ser uma das vozes mais relevantes da antologia de memórias sobre o Holocausto. Assim foi Auschwitz recolhe esse relatório e vários outros textos de Primo Levi – inéditos até hoje - sobre a experiência colectiva do Holocausto, compondo um mosaico de memórias e reflexões críticas de inestimável valor histórico e humano, tão relevantes hoje, 70 anos volvidos sobre o fim da Segunda Guerra, como no tempo em que foram escritos.
Fonte: fnac.pt

Burnt


Brilhante. Adorei o filme, adorei o cenário de cozinha, adorei o stress e a euforia dos chefs na cozinha, adorei desde o primeiro minuto até ao último. Bradley Cooper é um actor de mão cheia, que pega naquele papel de chef perdido nos vícios mundanos e cria uma personagem forte, real e tão cheia.

Fiquei com vontade de pegar nos tachos e nas panelas e pôr-me a cozinhar pratos da moda.
Adam Jones é um célebre chef afectado pela fama que entra em colapso. Procurando refazer a sua vida pessoal e profissional, regressa a Londres e acaba tomando a dianteira de um restaurante de topo.
Fonte: mag.sapo.pt
Burnt no IMDB.

Youth



Um filme que começa por ser um pouco estranho e aborrecido mas à medida que a acção avança torna-se até agradável de assistir.
Fred e Mick são dois velhos amigos com quase oitenta anos que se encontram a desfrutar de um período de férias num hotel encantador, no sopé dos Alpes. Fred é um maestro e compositor aposentado, sem intenção de voltar à sua carreira musical que abandonou há muito tempo, enquanto Mick é um realizador, que ainda trabalha, empenhado em terminar o guião do seu mais recente filme. Ambos sabem que os seus dias estão contados e decidem enfrentar o seu futuro juntos. No entanto, mais ninguém para além deles parece preocupado com o passar do tempo.
Fonte: mag.sapo.pt
Youth no IMDB.

terça-feira, 5 de julho de 2016

O flagelo dos tempos livres

Perguntavam-me no outro dia o que fazia nos tempos livres. Tinha conversa para a tarde toda. Tantas coisas que gosto de fazer, outras tantas que efectivamente faço e mais umas quantas que estão em lista de espera. Se me perguntarem o que faço neste momento nos meus tempos livres, posso dizer que planeio viagens. Viagens baratas, em modo low cost que é assim que eu viajo. O orçamento é sempre curto, mas a vontade de conhecer equivale aos sonhos do maior euromilionário, então planeio tudo ao detalhe, procuro os locais de interesse, pesquiso opiniões, somo preços de bilhetes de avião ou de comboio a entradas em museus, encaixo tudo nos dias definidos e na sola das sapatilhas. Sou feliz a planear e era bem capaz de fazer disto vida se daqui viesse o meu rendimento. Nunca mais teria de trabalhar na vida, estes momentos de planeamento seriam felicidade minha. Posso nunca vir a visitar estes sítios, posso nunca tirar os planos do papel, mas enquanto os faço sou eu mesma, sou feliz.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

2016 - Maio

Celebrar

Celebrámos o nascimento e a vida neste mês de Maio tão cheio de celebrações, celebrámos dois anos de uma felicidade até então desconhecida, juntámos família, amigos e amigos que são como família e fizemos uma grande festa em torno da amizade e da entreajuda.
Celebrar foi palavra de ordem em Maio.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

2016 - Abril

Arrumar

O mês de Abril foi claramente de arrumações, foram caixotes e caixotes que permaneciam na garagem à espera de vez que foram sendo arrumados devagarinho nos devidos lugares.
Arrumei ainda com algumas questões que ainda me faziam comichão.
Arrumei e arrumei-me.

domingo, 17 de abril de 2016

Still Alice


Alice Howland (Julianne Moore) é uma famosa professora de linguística, que começa a notar alguns problemas de memória, começam-lhe a falhar as palavras, o seu objecto de estudo de tantos anos.
Aos poucos Alice apercebe-se que algo não está bem e é-lhe diagnosticada Alzheimer aos 50 anos de idade.
O estado de Alice deteriora-se de dia para dia e é comovente ver como a família, e especialmente ela própria, luta para se manter a Alice que sempre foi.
Aterrador e comovente, são as melhores palavras para definir este filme.
Alice Howland, uma mulher de 50 anos, com um casamento feliz e três filhos já adultos, é uma reconhecida professora universitária de linguistica que começa a esquecer palavras... Quando lhe são diagnosticados sinais prematuros de Alzheimer, Alice e a sua família vêm os seus laços arduamente testados. A luta de Alice para manter a ligação à pessoa que sempre foi é assustadora, comovente e inspiradora.
Fonte: mag.sapo.pt
Still Alice no IMDB.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Gone Girl


Um filme inesperado, é assim que me apraz classificar "Gone Girl". Nick Dunne (Ben Affleck) e Amy (Rosamund Pike) vivem há 5 anos um casamento que está longe de ser um sonho, os problemas financeiros, a inércia e a falta de objectivos tornou aquele casamento numa sombra daquilo que um dia foi, em tempos longínquos.
Há um dia que Amy desaparece e Nick vê-se a braços com todo um conjunto de acusações contra a sua "perfeita" esposa juntamente com uma exposição mediática fora de comum.
É de facto um filme surpreendente, bem construído e com boas interpretações.

No quinto aniversário de casamento, Nick Dunne relata que a sua bela esposa, Amy, desapareceu. Sob a pressão da polícia e com um barulho ensurdecedor causado pelos media, o retrato da união feliz de Nick e Amy começa a desmoronar-se. Rapidamente, as mentiras, os enganos e os comportamentos estranhos de Nick fazem com que todos questionem: Será que Nick Dunne matou a sua mulher?

Fonte: mag.sapo.pt
Gone Girl no IMDB.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Um Casamento de Sonho, de Domingos Amaral


Este livro de Domingos Amaral retrata a violenta crise económica que se abateu sobre Portugal e sobre a Europa no início da década de 2000. Um grupo de amigos bem posicionados socialmente e com uma almofada financeira bastante boa vê-se a braços com um aglomerado de dívidas e dúvidas que se propagam além da conta bancária e afectam a vida pessoal e social do grupo.

Viver acima das possibilidades (com o patrocínio da banca), ou não saber descer de nível de vida quando foi preciso, foi um claro erro de muitos portugueses que contraíram dívidas astronómicas e viram a vida que tinham esfumar-se.

O livro mostra-nos uma perspectiva interessante (e quiçá um pouco exagerada) da realidade que foi lidar com a crise nas famílias mais abastadas e que só tomaram consciência que esta estava instalada quando já não conseguiam pagar as contas e tiveram de começar a vender o património.
Quando na economia crescem as dívidas, no amor crescem as dúvidas. Foi a crise económica a culpada do falhanço do casamento de Leonardo e Constança, ou havia razões mais profundas e secretas? Confrontado com a notícia de um terrível acidente no Brasil, onde estão Constança e os seus filhos, Rita e Leonardinho, o melhor amigo de Leonardo vai acompanhá-lo numa difícil viagem à Baía. É durante esse voo que Rafael se irá recordar de como tudo começou, com a majestosa festa de casamento dos seus amigos, na quinta da família de Constança, no ano de 1998. Quase vinte anos de memórias da vida de um grupo de amigos são percorridos, desde os tempos em que eram mais novos e acabados de se formar nas universidades, passando pelos casamentos e pelos nascimentos dos filhos, pela época eufórica em que o futuro era risonho e todos viviam bem, moravam em excelentes casas e viajavam pelo mundo felizes, até aos dias em que a felicidade começou a ruir, os casamentos a falhar, as traições a surgir, e a crise económica a gerar falências, dívidas e desilusões.
Fonte: fnac.pt

2016 - Março

Visitar

Apesar de Março ser o mês de visitar, apenas fomos visitar os primos da Madeira. Desde que os primos assentaram arraiais na nossa pérola atlântica, long long time ago, que não falhamos a visita anual, são visitas quase de médico, ir agora e vir daqui a pouco, mas são quebras de rotina muito saudáveis, tanto para nós, como para os miúdos que adoraram encontrar-se, correr e brincar. Pela primeira vez achei a Madeira com uma temperatura muito baixinha, vesti-me como no continente e nunca tive uma pontinha de calor. E que saudades eu tinha de uma ponchinha na Serra d'Agua...

quarta-feira, 30 de março de 2016

Já dei sangue!


E já foi há uma semana!

Update: acabei de receber uma SMS a informar-me que o sangue que dei já foi utilizado num paciente. É ou não é um motivo para ficar a sorrir? Daqui a uns meses estou lá outra vez...

quarta-feira, 23 de março de 2016

A porteira, a madame e outras histórias de portugueses em França, de Joana Carvalho Fernandes


Histórias de pessoas de emigraram numa época tão difícil como foi o pré-25 de Abril ou mesmo histórias dos que, nos dias que correm, tiveram de largar tudo e fazer frente a uma crise que não pediram são histórias que me tocam, que mexem comigo. A coragem, a força de vontade, e o risco que correm faz-me admirar estas pessoas cada vez mais,

Este livro conta-nos histórias verdadeiras de portugueses que saíram de Portugal por força das circunstâncias e que, à sua maneira, venceram. Venceram o medo, as dificuldades, venceram-se a si próprios. É uma leitura que recomendo, sem dúvida, e que se faz de um só fôlego.
França é o país estrangeiro onde vivem mais portugueses. São quase 600 mil. Se contarmos com os descendentes, são mais de um milhão. Este livro dá rostos a esses números: conta histórias dos que partiram para combater na Primeira Guerra e decidiram ficar, dos que fugiram da ditadura, da miséria e da Guerra Colonial e não voltaram, e dos que deixaram o Portugal da Troika.
Fonte: fnac.pt

quinta-feira, 17 de março de 2016

O Coro dos Defuntos, de António Tavares


"O Coro dos Defuntos", de António Tavares, sagrou-se vencedor do Prémio Leya em 2015 e, como tenho lido todos os vencedores de edições anteriores, não poderia deixar passar este em branco.

O livro é composto por capítulos que se assemelham a contos, e por vezes a ligação entre eles não é evidente e chega a ser inexistente. O tipo de linguagem é diferente, com palavras a que não estamos habituados no dia-a-dia. Ainda assim faz uma descrição do Portugal rural dos anos 70 focando aspectos históricos mundiais daquela época e que foi o que mais me cativou neste livro.

Os regionalismos, em homenagem à forma de escrever de Aquilino Ribeiro - frisado pelo autor no início do livro -, são um elemento diferenciador e ao mesmo tempo cansativo ou mesmo exagerado.

A história em si parece que não desenvolve, em termos de conteúdo ficou um pouco aquém da minha expectativa, ainda assim vale sempre a pena ler.
Um belíssimo retrato do mundo rural português entre 1968 e 1974. Vivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial dá os primeiros passos.Porém, na pequena aldeia onde decorre a acção deste romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga do míldio e a vindima; e na taberna – espécie de divã freudiano do lugar – é disso que falam, até porque os jornais que ali chegam são apenas os que embrulham as bogas do Júlio Peixeiro.E, mesmo assim, passam-se por ali coisas muito estranhas: uma velha prostituta é estrangulada, o suposto assassino some-se dentro de um penedo, a rapariga casta que colecciona santinhos sofre uma inesperada metamorfose, e a parteira, que também é bruxa, sonha com o ditador a cair da cadeira e vê crescer-lhe, qual hematoma, um enorme cravo vermelho dentro da cabeça.Quando aparece o primeiro televisor, as gentes assistem a transformações que nem sempre conseguem interpretar... António Tavares (Angola, 1960) formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. É professor do ensino secundário e, actualmente, exerce o cargo de vicepresidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. Escreveu peças para teatro – Trilogia da Arte de Matar, Gémeos 6, O Menino Rei –, estudos e ensaios – Luís Cajão, o Homem e o Escritor; Manuel Fernandes Thomás e a Liberdade de Imprensa; Arquétipos e Mitos da Psicologia Social Figueirense; Redondo Júnior e o Teatro – entre outros. Foi jornalista, fundador e director do periódico regional A Linha do Oeste. Fundou e coordenou a revista de estudos Litorais.Como romancista, obteve uma menção honrosa no prémio Alves Redol, atribuída em 2013 pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao romance O Tempo Adormeceu sob o Sol da Tarde, ainda no prelo, e foi finalista do Prémio Leya 2013 com As Palavras que me Deverão Guiar um Dia. Com o romance O coro dos defuntos venceu, por unanimidade, o Prémio Leya 2015
Fonte: fnac.pt

sexta-feira, 11 de março de 2016

Pela estrada fora

A estrada que percorro não é lisa, de asfalto polido, tem pedras, tem degraus, tem raízes a brotarem das entranhas da terra. Calço o meu melhor calçado da luta e sigo, subo e desço, atravessam-me sonhos e desfazem-se no degrau a seguir. Prometo, rio e sonho. Corro, às vezes vou devagar, caminho a passo de caracol, mas nunca deixo de avançar, na vida como nos sonhos.

domingo, 6 de março de 2016

Gosto mesmo da Madeira

Há já vários anos que não sou turista na Madeira, voltar ano após ano é como regressar a uma casa onde nunca vivi mas que já é um bocadinho minha também!
(Desta vez levo sacos de broa de mel e hei-de me empanturrar com elas e muito chá - este da Gorreana, tem de ser!)

terça-feira, 1 de março de 2016

2016 - Fevereiro

Dar

Fevereiro foi o mês de dar, mas por falta de tempo, oportunidade ou lá o que seja, não dei aquilo que para mim é mais importante e que já posso: sangue. Queria muito ter ido dar sangue mas não consegui. Foi um mês muito intenso. Ao encaixotar a nossa vida seleccionei muitas coisas para dar, mesmo muitas, coisas que não preciso, que já não visto, que já não uso. Espero que alguém lhes dê melhor uso.
Ainda assim, hei-de pegar em mim e ir dar sangue de propósito que é algo que não faço há alguns anos e que sinto falta.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

The Big Short


"The Big Short" foi realizado por Adam McKay e conta com um elenco supimpa: Brad Pitt, Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Marisa Tomei, entre outros.

O argumento do filme é inspirado no livro "The Big Short: Inside the Doomsday Machine" e conta a história da visão dos homens que estavam por dentro do mercado financeiro americano e que tiveram a perspicácia de ver o que ninguém viu: a bolha imobiliária era uma questão de tempo. A crise era inevitável e decidiram fazer dinheiro com isso.

Há neste filme todo um conjunto de conceitos que os comuns mortais desconhecem, jogadas estratégicas e financeiras que nos passam completamente ao lado e que é interessante tentar perceber um pouco.

A personagem de Steve Carell é hilariante, sempre zangado com o mundo, a ralhar com todos à sua volta. Christian Bale está indiscutível, Brad Pitt, apesar das breves cenas, cumpre na perfeição e Ryan Gosling, bem, o costume em bom.

Em todo o filme há um humor cáustico que acaba por gozar com a desgraça que se abateu sob o mercado imobiliário, um filme complicado mas ao mesmo tempo divertido com grandes interpretações.
Quando quatro homens viram o que os grandes bancos, comunicação social e governo recusaram ver, o colapso global da economia, tiveram uma ideia. Os seus investimentos arrojados levaram-nos aos meandros do sistema bancário moderno, onde têm de questionar tudo e todos.
Fonte: mag.sapo.pt
The Big Short no IMDB.

2016 - Janeiro

Poupar

Poupar era a palavra de ordem do mês de Janeiro. Comecei por aderir ao desafio das 52 semanas, tão badalado no início do ano, e com isso poupei 200€ neste mês. A juntar a isso, não comprei qualquer peça de roupa nos saldos (nem sem ser em saldos), nem para mim nem para a mais nova (comprei-lhe umas botas muito quentinhas com pêlo por dentro, não é roupa vá, é calçado, a miúda precisa dos pés quentinhos). A minha roupa pode até ter borbotos, mas não faz mal. vai dando para o gasto. A roupa dela é mais do que suficiente, com as peças que lhe ofereceram no Natal já fica com um conjunto de roupa para cada dia da semana durante duas semanas, caso não tenha oportunidade de lavar a roupa numa semana. Relativamente a compras de supermercado, fui lá menos vezes, talvez porque agora o meu horário é mais extenso e sobra-me cada vez menos tempo para ir ao supermercado, e quando vou é a correr comprar só mesmo aquilo que faz falta no momento. Aproveito promoções quando tenho oportunidade e necessidade e acho que isso é uma boa ajuda no orçamento familiar. No entanto no último dia do mês fui lá com tempo e deixei lá uma renda em detergentes para começar a empreitada de limpezas na casa nova, é um mal necessário.

Não jantámos fora este mês, o que também ajudou a poupar uns cobres. Parecendo que não, e mesmo que seja em sítios em conta, jantar fora é sempre um gasto extra que uma pessoa às vezes se esquece de considerar. Almoçámos fora só no último dia do mês, num passeio pelo nosso Portugal profundo.

Resumindo, menos tempo, menos hipótese de gastar dinheiro. Em compensação fiz algumas compras necessárias online, mas nenhuma extravagância, apenas bens necessários e que teria de comprar de qualquer forma, como tinteiros para a impressora, por exemplo.

Para o primeiro objectivo do ano nem correu nada mal. A ideia é tentar manter o registo, para a frente é que é caminho!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Coisas que me irritam #13

Pessoas que ainda não têm filhos dizerem que não têm tempo para nada. Esperem até ter um filho e depois vão ver o que é desencantar tempo onde ele parece que não existe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Sicario



Sicario é um filme que tem como cenário a fronteira entre EUA e México focando o narcotráfico de uma forma pouco usual. Através da agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt) e dos agentes Matt Graver (Josh Brolin) e Alejandro (Benicio Del Toro), o filme levanta questões complexas relativamente à legitimidade das operações contra os cartéis mexicanos.
Um agente policial do Arizona atravessa a fronteira do México com uma dupla de mercenários para localizar o cabecilha de um gangue de drogas.
Fonte: mag.sapo.pt
Sicario no IMDB.

The Intern


The Inter conta a história de Ben Whittaker (Robert De Niro), viúvo, que ao fim de alguns anos de reforma cansa-se de não ter um objectivo na vida, de não ter um lugar onde estar todos os dias e candidata-se a um estágio para séniores na empresa About the Fit, um site de venda de roupa, da workaholic Jules Ostin (Anne Hathaway) que vê a vida pessoal escapar-lhe entre os dedos enquanto constrói uma empresa de sucesso. A amizade que se vai instalar entre as duas personagens é verdadeira e genuína e pode muito bem ser o ponto de partida e o "abrir de olhos" para que a vida das duas personagens sofra melhorias.
É um filme com boas interpretações, que arranca boas gargalhadas e nos faz pensar um pouco no que andamos a fazer com a vida que levamos, faz-nos pensar quais são os nossos valores. De Niro será sempre De Niro, irrepreensível.
Ben Whittaker, um viúvo de 70 anos que descobre que a reforma não é exatamente o que imaginava e decide, por isso, voltar ao ativo tornando-se um estagiário sénior num site de moda online, fundado e dirigido por Jules Ostin.
Fonte: mag.sapo.pt
The Intern no IMDB.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

2016


Gosto de desafios, preciso de objectivos e num misto entre os dois defini uma lista de verbos a concretizar para cada mês deste ano.

Janeiro: poupar
Fevereiro: dar
Março: visitar
Abril: arrumar
Maio: celebrar
Junho: absorver
Julho: aprender
Agosto: descansar
Setembro: planear
Outubro: renovar
Novembro: ajudar
Dezembro: apreciar

Fonte da imagem: weheartit

Nunca serei uma fashion blogger #18


Agora que estamos em época de saldos fui espreitar o site da Salsa para ver se há alguma coisa que me faça falta a um preço em conta. Mesmo com 50% de desconto em algumas peças desisto ao fim de 5 minutos a fazer scroll, continua tudo caríssimo. Em que altura da minha vida é que a Salsa se tornou numa marca de luxo?

Fonte da imagem: Salsa

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Madeira, we always come back


Bolo do caco, bolo de castanha, espetada, milho frito, poncha, bananas, batatas fritas com segurelha, aguardem-me, vou voltar!!

Fonte da foto: Essential Madeira

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Eu gostava de... #15

...ter uma casinha pequenina no meio de nenhures na serra ou numa praia quase deserta de frente para o mar, ou no meio de um monte alentejano com um alpendre com cadeiras cheias de almofadas, todo em madeira onde pudesse escrever as minhas histórias, os meus devaneios, ler os meus livros e apreciar o silêncio dos dias bons.


Fonte: Cerca do Sul, um dos meus alpendres preferidos por aí

Episódios no médico #1

Só vou ao Pediátrico em último caso, porque se levo para lá a miúda com uma febre, ela vem de lá com meia dúzia de outras maleitas que estão ali latentes na sala de espera, tal é a quantidade de gente que ali se apresenta, por necessidade, claro está. Assim sendo, e dado o cenário de febre alta seguido de manchas no corpito, lá levei a miúda à Urgência. Desta vez esperei apenas cerca de hora e meia, coisa pouca para quem já lá passou tardes inteiras e horas perdidas pela noite dentro.
Causa-me comichão no fígado que a máquina de vending tenha apenas água (a única coisa saudável daquela máquina), chocolates, sumos e outras porcarias do género. Ora uma pessoa que vai para lá normalmente vai de repente, sem tempo para preparar um farnel saudável para mim ou para ela. Depois de uma hora à espera e quando a hora de almoço já ardeu começa a dar a fome, olho para a máquina e é só porcaria, nem uma sandes, nem um snack saudável, só chocolates e sumos. Custava muito meter lá umas sandes de queijo ou algo que os miúdos também possam comer?
Outra coisa que me causa alguma estranheza é o facto de no WC já não haver papel, estar completamente imundo e com papéis pelo chão. Os serviços de limpeza não poderiam passar periodicamente a repor o papel e a dar um jeitinho ao menos no chão?
Olho à volta na sala de espera e vejo inúmeras crianças desde a mais tenra idade cada uma com o seu tablet, a ver desenhos animados no Youtube e penso que não devo viver neste mundo, a minha miúda tem dois livros para brincar e quando se fartar deles terá de arranjar maneira de se divertir, aproveitou para correr e para dançar. Não quero criar um ser completamente alheio da sociedade que a rodeia, mas não quero que seja uma agarrada às tecnologias, terá tempo para isso.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Nunca serei uma fashion blogger #17

Não comprei nada nos ditos Saldos, aliás, ainda nem me aproximei de uma superfície comercial tal é o medo de ser engolida pela multidão em fúria por preços apetecíveis (e que muitas vezes acabam a comprar com descontos ridículos só porque diz lá SALDOS).

O Natal já passou!

Agora que já passou o Natal, já posso entrar na Primark sem ser abalroada por gente em completa histeria?