segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Operação F.E.R.I.A.S

A operação F.E.R.I.A.S (Febras, Empalhadas, Risos, Imperiais, Amigos e Sol) deste ano começou a 16 de Agosto, domingo, e sendo uma operação de grande "risco", durou até uma semana depois (e soube a pouco). :)

Domingo, 16 Agosto
Saímos de Coimbra aos pares de 2, eu e o R. e o H. com o F. Viagem que é viagem começa sempre atrasada. A1 fora, lá fomos nós, com um trânsito do diabo, uns a ir de férias e outros a regressar. Desta vez decidimos assentar arraiais no Parque de Campismo do Forte do Cavalo, em Sesimbra, um parque que fica do lado Oeste da baía de Sesimbra, acima do Porto de Abrigo. Escolhemos um canto muito jeitoso e montámos o estaminé. Nem demorou muito tempo o processo de montagem da tenda, tendo em conta que o C. trouxe a tenda familiar que lhe oferecemos no aniversário e que é grande como o raio!
Como já vem sendo tradição, nas férias temos de ver os jogos do Benfica, incluindo aqueles que nem são adeptos de tal clube, e assim sendo fomos jantar na pizzaria ao lado da Casa do Benfica, já que a dita Casa tinha para lá gente que nunca mais acabava. O Benfica empatou a 1 com o Marítimo e sobre este assunto não me pronuncio.
Um fino aqui, uma mini acolá e uma partida de matrecos na Casa do Benfica. Regressámos ao Parque e como o F. tinha trazido fichas de poker e cartas e tudo e tudo, a rapaziada aproveitou para aprender a jogar e ir bebendo Beirão. E siga, que ainda agora isto começou.

Segunda, 17 Agosto
Hoje juntaram-se a nós mais 2, a D. e o V. De manhã estivemos na praia de Sesimbra, um calor que não se podia e a água estava impecável! 12h30, são horas de almoço! Fomos ao Rodinhas, a melhor tasca de petiscos que conheço naqueles lados...e a Sangria? Coisa boa! Depois de um cafézinho em casa da prima A. que tem aquele apartamento em cima da praia, descemos as escadinhas que dão acesso à praia e lá fomos nós esticarmo-nos uma vez mais ao sol, tal e qual lagartos.

Comprámos umas carnes e uma Dourada para grelhar para o jantar, como seria de esperar! Não falhamos a tradição! Estava uma ventania do diabo, mal conseguimos comer com tudo a voar, mas pelo menos não foi preciso abanador para acender a fogueira que o vento fez o serviço! Assim que acabámos de jantar, parou a ventania! Não chegámos a sair do Parque nessa noite, bebemos por lá um café e fomos para a nossa mesa jogar poker e beber Beirão/Whisky.

Terça, 18 Agosto
Alvorada por volta das 9h que a rapaziada é bicho muito pegado à cama! Destino do dia: Portinho da Arrábida. Ficámos por lá o dia todo, levámos umas sandochas e fruta para podermos andar sempre na água. Com o calor que estava (e sem ponta de vento) era impossível passar 5 minutos sem ir à água. Inventou-se um novo jogo de raquetes com 3 jogadores e 2 bolas e foi a animação.
Nessa noite jantámos em Sesimbra, num restaurante da praça. Como os carros tinham de entrar no parque até à 1h (senão ficavam na rua), depois do café numa esplanada lá fomos para o parque fazer a habitual jogatana de poker.

Quarta, 19 Agosto
Alvorada um pouco mais tarde que o costume e o típico pequeno almoço na manta da comunidade. Como já não era cedo fomos logo directos a Setúbal almoçar na Tasca das Marés, à beira dos barquinhos. Mas que bela bucha lá se faz. Fondue de marisco a assar numa pedra que vem para a mesa, trazem também um tabuleiro de fruta e tudo e tudo.

À tarde ficámo-nos pela praia da Figueirinha, que tinha gente que nunca mais acabava. O mar estava mais fresquinho mas isso não é impedimento para uns mergulhos!
À noite voltámos à faina de grelhar, comer, grelhar, levar com o vento na cara, apanhar coisas do chão que o vento virou, grelhar, comer. Depois do habitual café no Parque, voltámos à carga com o Poker. Desta vez, All In que até eu me dediquei a aprender como se jogava. Às 3h da manhã já não havia condições (a vários níveis) e dormir foi a melhor opção.

Quinta, 20 Agosto
Sendo que rebentou um esgoto na praia de Sesimbra e esta ficou interdita decidimo-nos pela praia do Meco. A praia é grande mas tem uma descida de terra batida para a praia que é o diabo. O vento tornou a estadia na praia um bocadinho desagradável, então depois de fazermos a bucha na praia, com as nossas sandochas, a fruta, a água e tal e tal, levantámos arraiais e fomos fazer uma visita ao Cabo Espichel, um bicho que mete respeito pela altura da falésia. Dali fomos ao Castelo de Sesimbra e havia lá um barzinho no meio, claro está que nos abancámos por lá a comer gelados e a beber finos até serem horas de ir às compras (porque decidimos jantar cedo...).

Fomos ao supermercado fazer as comprinhas para o jantar na tranquilidade do meio da tarde para irmos jantar cedo. Quando chegámos ao Parque começámos logo a preparar tudo (ainda o sol se via bem), a meio da bucha falta o gás numa das botijas. Arranjou-se de imediato uma equipa de salvamento que fosse comprar uma onde as houvesse (D. V. e H.). Pouco depois de eles sairem, falha o gás na outra. Posto isto, sendo que éramos 4 e não havia maneira de continuar a fazer o jantar, pronto, começámos um torneio de sueca. Acabámos por jantar tarde à mesma, de noite escuro, quase sem ver o prato, como de costume! Como já era tarde demais para sair do Parque, por ali ficámos num sítio novo e cheio de luz que arranjámos para jogar poker (o sítio dos tanques de lavar roupa que tinha lá um cantinho onde encaixava mesmo bem uma manta, as arcas com as minis e as garrafas de Beirão/Whisky).

Sexta, 21 Agosto
A praia de Sesimbra continuava interdita, as análises à água ainda não tinham sido terminadas. Decidimo-nos pelo Portinho da Arrábida mais uma vez. Desta vez com um pouco mais de vento e a água mais fresquita. Fizemos a bucha lá debaixo de uma árvore à sombrinha e passámos meia tarde na esplanada...para não apanhar calor! Desta vez jogámos volei, deu para rir, para chorar a rir, houve quem se magoasse e houve até quem fotografasse umas grandes poses a jogar.
Nessa noite jantámos na Tasca dos 13, em Sesimbra, e que boa bucha lá se comeu. Recomenda-se a caldeirada que estava divinal! Depois de um fino no English lá voltámos ao Parque e ao jogo nocturno, o Poker.

Sábado, 22 Agosto
A praia continuava interdita. Rumámos a Setúbal para comer, uma vez mais! Desta vez descobrimos outro tasco onde faziam rodízio de peixe. Até que estava bom mas já vi rodizios com peixe de melhor qualidade! Como tínhamos uma rapaziada que não conhecia bem Tróia (e quem conhecia deixou de conhecer que aquilo está tudo novo e diferente), fomos apanhar o Ferry para atravessar o Sado e seguir até às praias de Tróia. A fila para o Ferry era enorme. No entanto, têm lá uma rapaziada que entretia a malta que estava na fila. Vendedores de óculos de sol de "finíssima qualidade", que quase nos entravam pela janela do carro para nos mostrar a quantidade de óculos que conseguia transportar numa só mão. Ainda tive de experimentar uns óculos de borboleta devido a tanta insistência.

Lá atravessamos no barco verde que leva as pessoas e os carros e escolhemos uma praia em Tróia. A água é fresquita e mais agitada que as praias da Arrábida, no entanto, não deixou de ser uma tarde agradável. À vinda já não voltámos de Ferry, fomos descobrir o caminho à volta, raio do Sado que é grande, andámos uns 100km para regressar a Setúbal!
Passámos no supermercado de novo para comprar coisas para fazer o jantar e acabámos a comprar a coisa mais inteligente de todas as férias: um candeeiro para nos alumiar o jantar! Foi a primeira vez que jantámos com uma luz decente, até conseguíamos ver a comida!
Sendo que era a última noite por aquelas bandas, tentámos acabar com todos os restos a jogar poker mas não fomos capazes... às 5h da manhã desistimos de beber, do poker e fomos todos dormir que já não dava para mais!

Domingo, 23 Agosto
Desmontar o arraial de tendas e tarecos e tentar voltar a meter tudo dentro da mala do carro é uma tarefa quase impossível, porque apesar de levarmos menos coisas parece que tudo inchou! Alguns de nós ainda foram à praia, a de Sesimbra, que já tinham saído o resultado das análises à água e ao que parece estava impecável (eu não vi lá nada a boiar). Estava-se lá tão bem, com um sol tão quentinho, que era capaz de lá ter ficado mais uma semana. Eu sempre disse que era capaz de me habituar àquela vida...
Pouco depois de almoço regressámos também à realidade e fica a promessa de para o ano que vem termos mais luz para não jantarmos às escuras. Se nos permitirem vamos continuar a acampar por esse país fora, a grelhar como se não houvesse amanhã, a rir até doer a barriga e a partilhar estes momentos com os amigos!

Foram umas férias impecáveis com alguns dos do costume! E soube a tão pouco...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Frase do dia #14

Fale quando estiver com raiva. Fará o melhor discurso, do qual se arrependerá.
Ambrose Bierce

Há dias que eu devia falar. Falo muito, bastante mais do que a minha voz consegue suportar, mas quando fico com aquele sentimento de raiva, não consigo falar. Sinto as veias a latejar, sinto que o grito fica preso na garganta e não me saem todas as palavras que deveria dizer quando tenho raiva. O mais certo era arrepender-me, mas ia ter a satisfação de dizer na cara aquilo que penso, aquilo que me incomoda, apontar aos outros os seus erros, reduzir os outros à insignificância do seu ser. Mas não sou capaz! Não foi assim que me educaram! Digo as verdades mas da forma correcta, da forma mais educada, da forma que me ensinaram! Detesto hipocrisias de meia tigela, detesto pessoas com duas caras, detesto aqueles que fazem uma grande festa quando nos vêem e quando viramos costas é vê-los espetar facas com palavras. Há gentinha que não vale um caracol.
E é só porque há dias que eu devia falar que escrevi todo este discurso de frustração, raiva, fúria, nervos. Detesto injustiças, não há nada pior do que me sentir injustiçada.
Aviso à navegação: se um dia me salta a mola, é bom que algumas pessoas se escondam em trincheiras da 2ª Guerra Mundial porque haverá mortos e feridos.
Há dias que eu devia falar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Do Ernesto ao Che

Argentina, Bolívia, Perú, Equador, Venezuela, Guatemala. Ao longo dos últimos dias viajei por estes países com Ernesto Guevara e Carlos Calica Ferrer, em autocarros num estado tão precário que até era difícil imaginar ou à boleia quando o dinheiro escasseava.
Esta foi a segunda viagem que Ernesto Guevara fez pela América Latina, a viagem que o transformou no Comandante Che Guevara.
Guevara interessava-se pela política dos países por onde passava e pela luta contra a lepra.
Foi depois desta viagem, que para ele terminou na Guatemala, depois de passar por ditaduras e democracias condicionadas que foi para o México, como clandestino, foi preso e acusado de estar entre aqueles que planeavam uma invasão a Cuba, onde governava Batista. Aliou-se à causa e a Fidel Castro e, juntamente com outros homens, conseguiram fazer uma revolução que levou à libertação de Cuba.
Ficou-me uma frase dita pelo próprio Ernesto Guevara:
"Nasci na Argentina, não é segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino e, se os ilustríssimos senhores da América Latina não se ofendem, sinto-me tão patriota da América Latina, como o mais patriota, e no momento em que fosse necessário estaria disposto a dar a vida pela libertação de qualquer países da América Latina, sem pedir nada a ninguém, sem nada exigir, sem explorar ninguém."