Comboio em Coimbra B às 9h58 com destino a Lisboa – Oriente. Chegámos à estação um pouco mais cedo (é incrível como o Miguel tem uma tendência para chegar atrasado). Depois das despedidas e recomendações dos pais acabámos por entrar na carruagem 23 incrivelmente carregados de coisas. Levar uma mochila com roupa, tenda, saco de cama e colchão às costas já não parece fácil, então levar mais uma mochila na mão com comida, não facilita nada!
A viagem decorreu com tranquilidade, o sorriso de uma aventura nos lábios e o sono marcado nas nossas faces. Chegámos ao Oriente pouco mais de 2h depois. Tivémos mais de uma hora e meia livre para podermos comer alguma coisa, ver as vistas e pouco mais.
Quando o comboio para a Funcheira parou na linha correspondente vi tantos jovens iguais a nós, o mesmo sorriso, também de mochilas às costas e a esperança cravada nos olhos de uns dias inesquecíveis. Sentámo-nos no lugar que estava escrito no nosso bilhete e lá seguimos viagem por mais de 2h.
Chegámos à dita estação e senti-me exactamente no meio do nada, um pequeno edifício antigo, rodeado de vegetação seca, tão típica do Alentejo. À chegada já os autocarros da Rodoviária do Alentejo nos esperavam, deixámos 10 euros à entrada do autocarro e seguimos viagem rumo ao recinto do festival, que, diga-se a verdade, nunca pensei que fosse tão longe.
Chegados finalmente ao destino fizemo-nos ao caminho para procurar um espaço para montarmos as nossas tendas. Foi difícil, corremos o parque inteiro e parecia tudo cheio. Lá descobrimos um cantinho perto do Canal e começámos o processo de montagem das nossas pequenas vivendas que iriam ser fundamentais nos dias seguintes.
Nessa noite não havia nada que fazer, limitámo-nos a jogar cartas, conversar com o há muito não fazíamos e gastar os últimos tostões que tínhamos na carteira num fino para cada um.
Dia 2 – 2 de Agosto de 2007
Acordar por volta das 9h...não há maneira de dormir com este calor! Tomar o pequeno almoço com o que há ainda para se comer e já estamos prontos para apanhar o bus para a praia. Chegámos lá e, ainda sem um tostão na carteira, dirigimo-nos ao multibanco da Zambujeira, havia dois, um fora de serviço e outro sem dinheiro. Boa, continuamos sem tostão. Vamos lá então para a praia que assim não governamos vida!
A praia estava assim:
Encontrámos lá um cantinho para nós a algum custo, mas estava uma manhã espectacular. Hora de almoço, e agora? Continuamos sem dinheiro, tivemos de encontrar um café que tivesse pagamento por multibanco, encontrámos por fim, e por sinal era aquele que tinha mais gente. À tarde, fazer um pouco de esplanada na hora do calor, dar um passeio pela povoação e tirar umas fotos à paisagem. Depois praia de novo até à hora do penúltimo autocarro. Ia tão cheio que não sei como coubémos lá. Chegámos ao recinto inteiros, hora do banho e das toilettes :) Primeira noite de concertos, vamos cedo que foi para isto que cá viemos. Encontra-se gente conhecida em toda a parte, é incrível. Outros dois companheiros juntaram-se a nós nesta saga e a noite foi uma animação a ver Damian Marley, Manu Chao entre outros menos conhecidos. Cansada de cheirar as mais diversas coisas e com o estômago a fazer barulhos, tive de ir comer e a seguir dormir. Amanhã é outro dia!
Dia 3 – 3 de Agosto de 2007
Alvorada às 9h da manhã outra vez! Hoje a romaria para o autocarro já é maior, mais pessoas, pessoas mais esquisitas, aqui há de tudo :) Praia mais uma vez, mas desta vez vamos ter mais juizo e vamos voltar pouco depois de almoço. O canal é uma óptima opção para a tarde. E havia plataformas neste dia:
Isto é giro e tal mas vamos é tomar banhinho e jantar para ir para os concertos o quanto antes! E esta noite, para mim, foi fraquinha, Buraka não valeu o esforço, está visto que não gosto do som e ponto. Valeu o palco Positive Vibes com Reagge, espetacular mesmo!! Dancámos imenso! Quando nos preparávamos para dormir, surgem um rapaz e uma rapariga, acabámos por acampar no espaço deles até às 6h da manhã, conhecer muita gente doida (do Porto), conhecer outra de quem afinal já se tinha ouvido falar ("traçado que é traçado é em Coimbra pah!", "e eu sou se Coimbra..."). Uma grande noite: o Pedro tocava, nós iamos cantando e comendo chouriça assada!
E a noite acabou já o sol ameaçava espreitar...
Dia 4 – 4 de Agosto de 2007Apesar das horas tardias a que nos deitámos, no dia 4 acordámos à hora do costume, o calor que se sente às 9h da manhã já é insuportável! Vamos lá fazer o percurso do costume e rumar à praia. Os chapéus da TMN deram muito jeito neste dia, estava um calor que não dava para aguentar.
Consegui apanhar os três meninos distraídos :) Os meus companheiros de guerra... :p
Nessa tarde no canal consegui apanhar o Bruno no seu melhor...
E é tempo de mais uma noite de concerto...nesta noite o cansaço venceu-me e eu fui dormir, mas os meninos ficaram e aproveitaram bem a noite, o Miguel que o diga! Eheh
Dia 5 – 5 de Agosto de 2007
Nada de diferente no que respeita à manhã e tarde. Só a noite foi diferente, James actuavam hoje. Tivemos companhia nesta noite, vieram amigos do Bruno de Lisboa para se juntarem a nós.
E o concerto de James foi absolutamente fantástico, o Tim Booth este genialmente bem em palco, desde que entrou, até que saiu...
Dia 6 – 6 de Agosto de 2007
Último dia por terras alentejanas. Vê-se o cansaço marcado nos rostos de todos aquele que a esta altura desmontam as suas tendas, o porto de abrigo durante 4 dias. Hoje a romaria não era para a praia, mas sim para o autocarro que nos ia levar à estação de comboio. Os rostos já não transparecem entusiasmo e felicidade como na viagem de chegada, agora o cansaço apaga qualquer marca de satisfação que possa ainda existir. Comboio de novo para Lisboa e depois para Coimbra e à chegada vemos o sorriso dos nossos pais com o pensamento "Chegaram inteiros!" a saltar-lhes dos olhos...
Foi bom mas acabou, no próximo ano queremos voltar e divertirmo-nos assim outra vez, dançar até doer as pernas, rir até doer a barriga, rebolar na relva e até fazer moche a desconhecidos... Até para o ano SW!
2 comentários:
Que bela aventura... :) E se eu for para a Madeira, lá te espero... :)
ahh isto é tortura...foi o único sudoeste onde não pude ir... :( e como eu queria ter visto o Manu!
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