sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Anjos na Guerra, de Susana Torrão


A criação de um corpo de enfermeiras paraquedistas, em Maio de 1961, levou pela primeira vez as mulheres às Forças Armadas e, consequentemente, à guerra. Estas enfermeiras, treinadas em Tancos por equipas de paraquedistas, muito emancipadas para a altura, fizeram comissões em Angola, Moçambique, Guiné e, mesmo depois da guerra acabar, ainda foram buscar refugiados Timorenses à Indonésia.
As enfermeiras desciam do céu para fazer evacuações de feridos da frente de combate para os hospitais militares e resgatar corpos, estas mulheres andaram muitas vezes no mato atrás dos nossos soldados, enfrentaram muitos perigos, suportaram tudo, suportaram até os preconceitos de uma sociedade conservadora, onde a ideia de enviar mulheres para a guerra em África era vista com muita desconfiança. Na metrópole pouco se falava disso, era quase um assunto tabu, mas a maior parte das famílias das enfermeiras tinha um grande orgulho nelas e no que elas faziam em África, nas vidas que salvavam.
O livro conta a história de mulheres de coragem improvável que passaram despercebidas neste país mas que acabaram por lhe dar uma lição de coragem.
Através da história de cada enfermeira que pertenceu a este grupo de coragem, a autora mostra-nos com clareza as regras de funcionamento, a disciplina, as dificuldades e como elas encaravam cada cenário. O impacto emocional desta experiência de guerra não se apagou mas elas souberam lidar com isso e transformá-lo em memórias felizes.
Estes anjos na guerra salvaram muitas vidas, deram más notícias a famílias, acompanharam muitos feridos, acalmaram militares em choque. O coração das enfermeiras era maior que o mundo e deram tudo o que tinham em África sem nunca nada exigir. É impossível ficar indiferente à coragem destas mulheres.
Na guerra colonial, o corpo de enfermeiras pára-quedistas socorreu militares e civis em Angola, Moçambique e Guiné. Estas mulheres que caiam do céu para tratar dos feridos e travar o sofrimento enfrentaram, ao lado dos soldados, a dureza do mato e a violência dos combates. Mas não só. Enfrentaram também o preconceito de uma sociedade conservadora, onde a ideia de enviar mulheres para um cenário de conflito era vista com enorme desconfiança. Esta é a história dessas pioneiras improváveis, que quase passaram despercebidas ao seu país mas que acabaram por lhe dar uma lição de coragem.
Fonte: fnac.pt

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