Este ano o Natal foi um pouco diferente: a noite de Natal por cá, o dia de Natal por lá.
A nossa noite de Natal foi, como costume, com primos, tios, avós e tudo e tudo. Éramos 17 a jantar. Desde sempre que acho que tenho uma família pequena, mas ao colocar os pratos na mesa apercebi-me que afinal não somos tão poucos assim. Gostamos de nos juntar todos e muitas vezes para falar muito e alto, com as expressões que são tão nossas e por isso só nós entendemos.
Como somos uns quantos, a nossa árvore de Natal enche-se de presentes de todos para todos. Já tínhamos por hábito guardar os laços das prendas para reutilizar no ano seguinte e separar o papel para levar ao papelão, mas este ano iniciou-se um novo movimento: embrulhar prendas em folhas de jornal, movimento iniciado pela prima mais nova. Vamos segui-lo nos próximos anos.
Gostamos de passar horas à mesa a comer, beber e conversar por isso a ementa de entradas estava bem recheada: sapateira, camarão, morcelas, paté de atum, e por aí fora.
O jantar não foi o tradicional bacalhau cozido com couves, mas sim bacalhau com broa (e couves, claro está) feito pela mãe. Seja de que forma for, a mãe faz as melhores receitas de bacalhau do mundo.
Para a sobremesa, não faltaram doces tradicionais da época: bolo-rei, filhós, sonhos, bolos de nozes e pinhões, pudim de pinhões, broas de batata com nozes e pinhões. Muito bem resumido isto resultou tudo numa quantidade muito jeitosa de colestrol, ácido úrico e triglicerídeos. Só espero que ninguém tenha ido fazer análises ao sangue entretanto, senão é imediatamente internado.
Como lá fora estava um frio que não se podia, esta amiga (a lareira) não podia faltar à festa!
Depois de provar todos os doces, juntou-se a nós o mano do outro lado do mundo, via Skype. Acordou às 5h da manhã para "estar connosco" naquela noite. Falámos com ele um por um, enquanto lhe fazíamos inveja com os doces que íamos comendo. Ainda assistiu a parte da distribuição das prendas mas depois teve de continuar o que estava a fazer: dormir.
Passou-se assim a noite ao quentinho, em família, a rir, a contar histórias. Uma noite de Natal mesmo à nossa moda.