terça-feira, 21 de julho de 2015

O flagelo dos saldos e das férias

No dia em que almoço no Shopping tenho por hábito entrar em 2 ou 3 lojas para ver as novidades. Esta semana lembrei-me de passar na Zara para espreitar os saldos ou mesmo a colecção nova. Estava eu a derreter-me para cima de um vestido e um colete cheio de pêlo para a minha mai' nova quando começo a ouvir grande algazarra a aproximar-se. Claro que a minha atenção foi desviada e virei imediatamente a cabeça para perceber que motim era aquele.

O motim, facilmente identificado como "família emigrante de férias neste recanto à beira mar plantado", era composto pela mãe, loira tigresse extravagante que falava alto como o raio, jovem adolescente com cara de que todos lhe devem e ninguém lhe paga e muito menos irá vestir o que quer que seja na zona de criança da Zara, pai despenteado, gordo e desarranjado, miúdo irrequieto que só está bem aos saltos e a falar. Família nuclear deslocava-se acompanhada de mais uma eventual tia loira, gorda, extravagante que também falava alto (eu e os eufemismos...).

A particularidade desta família prende-se com, além de falarem alto como o caraças, alternarem perguntas e respostas entre o português e o francês. Delicioso!

Viravam os montes de roupa em saldo nas bancas da loja, tiravam cabides, empilhavam tudo num braço como se estivéssemos à beira da Terceira Guerra Mundial e a roupa fosse os mantimentos para meses ou anos de guerra.

Apeteceu-me ficar ali num canto a observar a dinâmica familiar e a ouvir as conversas (sim, eu até entendo francês) daquela família tão particular e tão igual a outras, ao fim e ao cabo. Eu devia ter estudado algo relacionado com o comportamento das pessoas.

Sorri e fui à minha vida. Há coisas que nunca mudam, e na verdade é bom que elas nunca mudem mesmo...

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