sexta-feira, 7 de maio de 2010

MBA Outdoor Weekend - foi assim que aconteceu

A partida estava marcada para as 15h de sexta-feira dia 30 de Abril. Estava, digo bem. À boa maneira portuguesa, cultura na qual pareço não me inserir uma vez que eu sou de uma pontualidade a roçar o britânico, os autocarros com destino a Arouca sairam com cerca de 1h de atraso.
A viagem decorreu tranquila até ao momento em que saímos da auto-estrada. Não tendo o autocarro um GPS para se orientar, demorámos muito mais do que o previsto a chegar pois andámos a "ver a paisagem" das redondezas de Arouca em jeito de perdidos.
Chegados ao hotel, Hotel S.Pedro ***, tivemos uma reunião com o Professor e a empresa Capitão Dureza que nos ia orientar durante o fim de semana. Essa primeira reunião serviu logo para o orientador marcar uma posição e mostrar o papel de mau que iria desempenhar, diga-se, com muito sucesso. Explicaram-nos as regras do jogo que ia ser o fim de semana: cada equipa era um departamento de uma empresa imaginária e deveria haver competição mas também cooperação para que juntos conseguissemos levar a empresa a bom porto. Tínhamos mesmo um objectivo de 82,5% de desempenho para atingir.
Depois de jantarmos a correr, visto que houve um conjunto de factores que nos afastaram em muito da hora marcada para o jantar, levaram-nos para a Serra da Freita onde fizemos uma prova de orientação nocturna, com check-points onde deveríamos passar, com provas a desempenhar nos mesmos, vendo-nos obrigados a demarcar uma estratégia para escolher os check-points a que valeria a pena ir no tempo que nos tinham dado. A meio da prova um dos elementos do nosso grupo foi "raptado" e no final tivemos de entrar em negociações com os "raptores", tudo encenado claro, mas com um valor que se traduzia em pontos para a nossa equipa.
No dia seguinte, acordámos cedo e tomámos o pequeno almoço por volta das 8h30 e tivemos um novo briefing sobre o que faríamos durante o dia. Levaram-nos para uma aldeia num monte a partir de onde teríamos de fazer uma prova de orientação durante 2h, com a hipótese de levar 3 bicicletas ou não (o nosso grupo era de 6 pessoas). Deram-nos duas mochilas para o grupo com uma água, um sumo e uma barra de cereais para cada um. Decidimos não levar as bicicletas porque haveria caminhos dificeis de percorrer com as bicicletas às costas. Delineámos a estratégia dos check-points que iríamos picar e vendo o tempo a apertar os últimos quilómetros do percurso foram essencialmente feitos em corrida.
A prova terminava na Praia Fluvial da Paradinha (do rio Paiva), local onde estavam à nossa espera rafts, fatos de mergulho, capacetes e coletes. O processo de briefing, vestir fatos, apertar coletes e capacetes foi algo demorado. Começámos a prova de rafting, também com check-points que teríamos de picar. Adorei fazer rafting, é um desporto que exige um grande esforço de coordenação, esforço físico e é ainda uma grande prova de como a liderança é importante. O rio é muito limpo, em quase todos os locais consegue-se ver o fundo.
Chegámos à Praia Fluvial seguinte passado mais de 1h, eram cerca de 19h e foi quando finalmente comemos alguma coisa que não a barra de cereais que levávamos conosco. Tínhamos à nossa espera um churrasco de carnes e caldo verde. Estávamos desde o pequeno almoço só com a barra de cereais no estômago, acho que em habituei a estar sem comer e quando vi tanta comida não consegui comer mais do que um pão com salsichas grelhadas e uma água.
A prova seguinte metia armas de paintball mas não era bem paintball. As equipas tinham de se organizar entre si (nesta altura éramos 9) para distribuir as três armas a que tínhamos direito e entrar organizados no mato onde nos esperavam 3 snipers bem disfarçados no mato para nos atingir. O nosso objectivo era chegar à bandeira e roubá-la.
Eu ia à frente e vi o sniper mas não o atingindo, atingiu-me ele primeiro numa perna quando me baixei. A bala não rebentou quando me acertou e trouxe de recordação uma bela nódoa negra maior que uma moeda de 2euros.
Já eram perto de 21h quando saímos desse local e voltámos ao hotel. Tivemos 30 minutos para banho+vestir e o jantar foi servido perto das 23h. Só à noite me apercebi do escaldão que apanhei na cara e neste momento estou em processo de mudança de pele.
Como não havia actividades nessa noite, decidimos sair para beber um copo e descontrair. O copo estendeu-se pela noite fora até às 5h da manhã. Acabámos a noite a dançar na única discoteca de Arouca. A discoteca até tinha pinta, talvez porque 3/4 das pessoas que lá estavam eram dos nossos e era como se estivessemos a jogar em casa. No entanto, havia nativos particularmente engraçados no que diz respeito à dança. Que passos fantásticos observei nessa noite (estou a ser irónica...).
No dia seguinte, às 8h30, alguns de nós já estavam a tomar o pequeno almoço. Outros não foram capazes de se levantar. Tenho cá para mim que a hora de deitar não tem nada a ver com a hora de levantar e muita gente pecou pela falta de responsabilidade. Depois de mais um briefing seguimos de novo para a Serra da Freita para fazer mais uma prova de orientação, metade de bicicleta e metade a pé.
No meio da prova pudémos observar a famosa Cascata da Frecha da Mizarela, uma das maiores da Europa.
A prova terminou exactamente onde começou, nas imediações do Parque de Campismo da Serra da Freita, e onde acabámos por almoçar, tarde e a más horas, um bacalhau com grão que deixou muito a desejar.
Voltámos ao hotel para ir buscar as malas e voltar para Coimbra. A viagem de regresso foi muito mais rápida. Houve muitas conversas e risos, corte e costura, de rir até às lágrimas.
À chegada já só queria um banho e sofá e foi assim que terminei o dia de domingo: esticada no sofá a repor as energias e a sentir os músculos a latejar.
O balanço do fim de semana foi muito positivo, gostei bastante de conhecer melhor algumas pessoas e de fazer um desporto que nunca me tinha passado pela cabeça experimentar.
Às próximas edições do MBA eu aconselho a participarem no Outdoor Weekend, pois claro, para porem à prova as suas capacidades emocionais e físicas.

Nota: As fotos foram retiradas dos perfis do FB de alguns colegas do MBA.

6 comentários:

Kris disse...

no meu ano houve canoagem em vez de rafting, nunca experimentei mas tenho bastante curiosidade,

foi sem dúvida uma experiência fantástica :)

Luís Monteiro disse...

Finalmente li o teu mega post. Andava há alguns dias a ganhar coragem...

Luís Monteiro disse...

Ups, esqueci-me de dizer que está muito bom!
Jocas

Kelle disse...

Kris, realmente foi um fim de semana do diabo :)

Luis, melhor que ler a experiência foi passar por ela não é? E eu é mesmo assim, quando é para detalhar pareço o Eça de Queirós, é descrição até à exaustão :D

Luís Monteiro disse...

Vou contratar-te para descrever o Ramalhete ainda mais pormenorizadamente.

Kelle disse...

Luís, descrevo-te o Ramalhete, as relações incestuosas de Carlos e Maria Eduarda, o suicídio de Pedro Maia, a educação à inglesa de Carlos Maia, a relação amantizada de Raquel Cohen e desse boémio e excêntrico à sua maneira que foi João da Ega. Caramba, tenho de voltar a ler Os Maias, essa grande obra, o meu livro preferido!