Há livros que nos encantam e este é certamente um deles. "Planisfério Pessoal" causa-nos sentimentos controversos, temos uma inveja saudável das opções de vida de Gonçalo mas acabamos por lhe atribuir o rótulo de louco pelas aventuras e perigo em que se vê envolvido na viagem à volta do mundo sem aviões que deu origem a este seu primeiro livro.
As crónicas escritas para o Expresso compõem este livro que nos dá uma visão breve mas abrangente dos países por onde Gonçalo passou.
Mais do que um relato de uma viagem, este livro é uma reflexão sobre a vida, sobre os laços, sobre o que observa e sente.
É um livro que dá sede, sede de mais texto, sede de mais descrição, sede de mais fotografia e, sobretudo, sede de mais vivências.
Deixo aqui uma das páginas do livro que mais me marcou, pela ausência de laços do povo americano:
Um convite à viagem e à partilha da viagem, um convite a desfrutar da vida de uma forma intensa e deslumbrada... "Planisfério Pessoal" recolhe crónicas semanais que Gonçalo Cadilhe foi escrevendo e publicando no jornal Expresso ao longo de dezanove meses, enquanto viajava à volta do mundo, sem recorrer a transporte aéreo. No entanto, o resultado final não é uma simples colecção de experiências de viagem. Para lá de todas as peripécias do itinerário ou do contacto com sociedades exóticas, o viajante aborda questões tão diversificadas como a distorção das práticas de cooperação internacional, a indiferença cívica e activista dos portugueses ou a dívida histórica do capitalismo em relação à América Latina.
"Planisfério Pessoal" é ao mesmo tempo profundo mas divertido, informado mas despretensioso, crítico mas optimista, confessional mas reservado. E, fundamentalmente, um convite à viagem, à partilha da viagem e, de um modo geral, a desfrutar da vida de uma forma intensa e deslumbrada.
Fonte: fnac.pt
1 comentário:
Já li um livro dele que adorei muito, África Acima. Esse já tive para comprar mas ainda não calhou.
a reflexão dele sobre os americanos é verdadeira, mas é importante lembrar que as suas raízes naquele país são ainda pouco profundas, muitos sabem exactamente de que país os avós pioneiros vieram e essa história biográfica e genealogica de diáspora, tão presenta ainda, acaba por tornar pequenino o esforço de mudar de Estado. E depois há uma coisa muito importante, lá é muito comum arrendar casas que, obviamente, são muito mais fáceis de abandonar.
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