quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Madrugada Suja, de Miguel Sousa Tavares


O mais recente romance de Miguel Sousa Tavares já fez correr muita tinta fruto de opiniões bastante diversas, pessoas espantadas que não julgam ter sido possível o mesmo autor a escrever o brilhante Equador e esta obra de segunda, de acordo com opiniões a que sou alheia.
Na minha modesta opinião, que vale o que vale, Madrugada Suja não está claramente ao nível de Equador porque não é esse o propósito desta obra. Madrugada Suja não pretende ser um romance histórico que prende e apaixona, Madrugada Suja é um romance que esconde uma crítica à vida social e política do nosso país no pós-revolução, é uma viagem pela corrupção e pelos subornos, pelos jogos de interesses, pela desertificação do interior, pela política suja, e, arrisco a dizer, bem conseguida.
A história começa com um acidente causado pela loucura das festas universitárias mas depressa nos leva a uma aldeia perdida no meio do Alentejo, Medronhais da Serra, à qual já poucos habitantes restam. Foi em Medronhais da Serra que Filipe cresceu, perdendo a mãe e posteriormente o pai, foi criado pelos avós, pessoas que sempre viveram naquele lugar e que não pretendem dali sair. Filipe, sendo a personagem mais central da história, vê-se envolvido em jogos de interesses, corrupção, dilemas interiores e todo um conjunto de situações que se materializam nas críticas do autor.
É um livro envolvente com romance, história, crítica e política e frisa-nos em várias situações que um pequeno erro acompanha-nos para o resto da vida e, quando menos esperamos, os segredos são revelados e a vida como a conhecíamos pode deixar de existir.
Muito para lá do romance, Madrugada Suja é uma crítica dura ao nosso Portugal.
Li-o compulsivamente, com a curiosidade que os livros do Miguel Sousa Tavares me causam.
Do livro todo apenas condeno o final, é um final pouco realista para uma história com tantas verdades.

Um pequeno excerto do livro:
"Um Portugal de aldeias mortas, de comerciantes falidos, de agricultores sentados à berma das estradas construídas com os dinheiros da Europa, vendo passar os grandes camiões TIR que traziam de Espanha e dessa Europa as frutas e os legumes criados em estufas maiores do que quaisquer hortas deles, em direcção aos centros comerciais onde, em breve, eles próprios aprenderiam o novo e insípido sabor dos melões e das cebolas, dos reinventados “frangos do campo”, ou dos porcos sem gordura nem pecado, embalados em vácuo."



O livro, nas palavras de Miguel Sousa Tavares:
Um surpreendente romance

sobre o Portugal que construímos. 

Três histórias que se cruzam
desde uma aldeia deserta até ao topo do poder.
No princípio, há uma madrugada suja: uma noite de álcool de estudantes que acaba num pesadelo que vai perseguir os seus protagonistas durante anos.
Depois, há uma aldeia do interior alentejano que se vai despovoando aos poucos, até restar apenas um avô e um neto. Filipe, o neto, parte para o mundo sem esquecer a sua aldeia e tudo o que lá aprendeu. As circunstâncias do seu trabalho levam-no a tropeçar num caso de corrupção política, que vai da base até ao topo. Ele enreda-se na trama, ao mesmo tempo que esta se confunde com o seu passado esquecido.
Intercaladamente, e através de várias vozes narrativas, seguimos o destino dessa aldeia e em simultâneo o dos protagonistas daquela madrugada suja e daquela intriga política. Até que o final do dia e o raio verde venham pôr em ordem o caos aparente.

Excerto

«E agora, de volta à minha aldeia, onde a luz eléctrica chegara tarde demais para os homens, madrugada dentro, eu lia o Guerra e Paz. Numa aldeia morta, numa noite deserta, seguia, como se estivesse a ver, o esplendor dos salões de baile do Império Russo, a imensidão das estepes gélidas, os gritos de horror dos estropiados pelo fogo dos canhões de Napoleão Bonaparte, e chegava-me mais ao calor da lareira para não sentir a solidão das trincheiras de lama, húmidas, frias, desoladas, onde se abrigava o exército de Kutúsov. Alguém dissera um dia que se podia viver sem tudo, menos água e comida, mas que viver sem livros e sem música não seria o mesmo que viver.»
Fonte: fnac.pt

Não esquecer #262

Fonte: Icanread

Debaixo de Algum Céu, de Nuno Camarneiro


"Debaixo de Algum Céu" deu a conhecer ao mundo literário o autor Nuno Camarneiro depois de lhe ser atribuído o Prémio Leya 2012 por esta obra tão bem escrita.
Neste livro fala-se do Homem em geral, da sua vida rotineira, das inspirações, dos objectivos, das frustrações.
A história passa-se em apenas uma semana, a semana que inclui o Natal e o Ano Novo, e nessa semana a vida daquelas pessoas que moram naquele prédio à beira mar é descortinada de uma forma tão real que nos apercebemos que todos nós temos um bocadinho de alguma daquelas pessoas, um história cheia de encontros e desencontros fruto de uma tempestade que deixa o prédio às escuras. Naquele prédio vive um jovem padre numa crise de Fé, uma viúva com o seu gato, dois casais de média idade com filhos, um jovem solitário e um reformado misterioso. Ainda que um dos apartamentos esteja vago, também ele tem uma história com gente dentro. Nos dias em que li este livro, quase me senti parte daquele prédio.
De uma escrita mais fácil que o livro anterior Nuno continua a escrever frases que chegam a ser poéticas, frases com sentimento dentro que facilmente convidam à reflexão.

Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho.
Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer - e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem. Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos. Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, "Debaixo de Algum Céu" retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção.
Fonte: fnac.pt

Um Lugar Dentro de Nós, de Gonçalo Cadilhe


Depois da leitura de "No Meu Peito Não Cabem Pássaros" precisava de uma leitura mais leve e factual e claro que nada melhor que o mais recente livro de Gonçalo Cadilhe, "Um Lugar Dentro de Nós" que aguardava na estante pela sua vez de saltar dela e deliciar-me com as suas viagens pelo mundo.
Através das histórias de Gonçalo Cadilhe também eu viajo, ou pelo menos sonho acordada, e fico sempre com vontade de bater com a porta e ir por aí viver estes sonhos, ir conhecer lugares e pessoas, porque sei que quando se volta não se volta igual.
As histórias do seu mundo são cativantes e fascinam, fazem sorrir e sonhar, fazem conhecer e até ponderar ir, não nestes moldes, mas ir.
Cada capítulo, cada viagem e cada fotografia deste livro são únicos e exigem um momento de reflexão, um momento para parar e pensar "e se fosse eu?".
Este é um livro diferente dos nove anteriores que Gonçalo já escreveu, este livro não corre o mundo na sua forma mais normal, este livro faz uma viagem ao interior da alma do autor, com reflexões pessoais que não nos deixam indiferentes porque depois de tantas viagens Gonçalo nunca mais foi o mesmo menino que um dia saiu de casa na Figueira da Foz para correr mundo.
"Não são as pessoas que fazem as viagens mas sim as viagens que fazem as pessoas."
John Steinbeck



Não importa onde te leva a viagem mas sim o que ela faz de ti.
Depois de nove livros trepidantes sobre as suas viagens, Gonçalo Cadilhe apresenta nesta obra o seu trabalho mais sereno e envolvente até à data. Um Lugar Dentro de Nós não pretende partilhar apenas as jornadas do autor e de outras pessoas com quem se cruza, mas visa essencialmente inspirar o leitor para que cumpra o seu próprio destino. «Não sigas a minha viagem. Procura que a tua viagem surja dentro de ti.»
Um Lugar Dentro de Nós apresenta um conjunto de reflexões vividas em viagem e uma série de imagens de alguns lugares espalhados pelo mundo, mas captadas pela sensibilidade do homem que olha e não do homem que escreve. «O que me interessava fotografar era a minha própria felicidade, feita de luz e pureza sobre a paisagem. Cada fotografia minha era um lugar dentro de mim.»

Excertos 
«Cada vez que deixamos de ser eficientes, cumpridores, responsáveis, pontuais, cada vez que reformulamos as prioridades da vida e metemos o tempo à frente do dinheiro, os amigos à frente do patrão, a conversa à frente do negócio, a lentidão à frente da pressa, somos mais felizes.»

«E de noite, sempre à noite, apoiado na amurada, no silêncio e na contemplação que só o infinito líquido e ondulante dos oceanos permite, compreendia o mesmo que qualquer astronauta pode compreender: que este planeta nunca deveria ter sido chamado de Terra por ninguém, pois a sua substância fundamental é a água, e os indivíduos mais felizes da espécie humana são aqueles que a escolhem como caminho de viagem.»
Fonte: fnac.pt

No Meu Peito Não Cabem Pássaros, de Nuno Camarneiro


"No Meu Peito Não Cabem Pássaros" é o romance de estreia de Nuno Camarneiro, jovem escritor da Figueira da Foz recentemente galardoado com o Prémio Leya 2012 (com a obra "Debaixo de Algum Céu") que não conheci apenas aquando da sua nomeação para o Prémio Leya, os laços com a nossa pessoa em comum fizeram-me conhecê-lo há anos numa altura em que talvez não sonhasse que um dia haveria mesmo vencer tal prémio. Adiante.
Este livro conta três histórias distintas e individuais de Fernando, Karl e Jorge, que temporalmente se localiza em 1910 aquando da passagem de dois cometas pelo nosso planeta.
Cada capítulo remete para uma das três histórias, e embora as três personagens sejam bem conhecidas no mundo da literatura, o facto de Fernando ser Pessoa, Karl ser Kafka e Jorge ser Jorge Borges pode passar ao lado dos mais distraídos e dos que não fizeram uma pesquisa prévia sobre a obra. Acaba por ser uma homenagem a três meninos que se fizeram homens e de alguma forma marcaram a literatura.
A obra não é para todos os gostos, tem um estilo muito próprio, com um cariz introspectivo e abstracto com uma linguagem poética e filosófica que requer alguma dedicação na leitura.

Uma frase que me ficou: "Os Portugueses não querem nada que não possam meter no bolso. Como é que esta gente descobriu tanto mundo?"

Um livro muito bem escrito sobre três figuras importantes: Kafka, Pessoa e Borges. Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de nova iorque a um rapaz misantropo que chega a lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros.
Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance – três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar. Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.
Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, "No Meu Peito não Cabem Pássaros" é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens.
Fonte: fnac.pt

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Hobby: Running


É isto mesmo. Não corro depressa mas corro, vou fazendo o meu treino, no meu passo, na minha velocidade, sempre que posso. Chego onde os outros chegam, mas demoro mais tempo. Ainda assim chego primeiro que aqueles que ficaram no sofá a contribuir para a preguiça nacional.

(Agora não vão contar aos senhores da Nike que as minhas sapatilhas de corrida são Asics, ok?)

O Confidente de Hitler, de Peter Conradi


"O Confidente de Hitler" retrata a vida de Ernst Hanfstaengl, mais conhecido por Putzi. Nunca tinha ouvido falar de Putzi, esse cúmplice de Hitler que o ajudou na sua ascensão ao poder e que participou posteriormente na sua queda. Putzi era um homem influente devido às ligações certas que foi criando e mantendo ao longo da sua vida, foi chefe de cerimónias, de gabinete de imprensa estrangeira e ainda foi o pianista privado de Hitler.
Este livro está cheio de revelações da vida de Hitler, quer a nível pessoal como político. O livro não é a história de uma vida, é a história da ligação de Putzi e Hitler, que nos permite conhecer melhor aquele que foi um dos períodos mais negros da História do século XX.
Putzi provoca no leitor um misto de sentimentos, se por um lado no início é admirável que tente incutir algum bom-senso a Hitler, tudo muda quando assume uma postura oportunista, hipócrita e manipuladora.
O livro é bem escrito, bem estruturado e bem enquadrado, e recomendo-o a todos os que têm curiosidade sobre a personalidade que foi Hitler. No fim fica a sensação que este período negro da nossa História podia não ter existido se Hitler estivesse rodeado de outro tipo de pessoas.
Este foi mais um livro emprestado pelo Clube BlogRing.
A ascensão e queda de Ernst Hanfstaengl, cúmplice de Hitler, aliado de Roosevelt. 
A incrível história de Ernst Hanfstaengl, o homem que foi confidente de Hitler e que, mais tarde, viria a colaborar com as forças norte-americanas.
Com acesso a documentação até então privada, Peter Conradi consegue levar-nos ao convívio íntimo com Adolf Hitler e com os seus colaboradores mais próximos.
Fonte: fnac.pt

Ler assim até dá mais gosto...

Berlenga

Dois anos e meio depois da última vez, voltámos para passar o fim de semana nas Caldas da Raínha já com o plano do fim de semana bem delineado: visita à ilha Berlenga, Feira Medieval de Óbidos e ainda uma passagem pela Foz do Arelho e São Martinho do Porto. O plano estava fechado e nem o mau tempo que parecia querer ficar nos atrapalhou a vida.

No sábado (13/07) por volta das 11h00 chegámos a Peniche com a ideia de apanhar o barco para a Berlenga. No caminho das Caldas para Peniche chovia, estávamos na dúvida se apanharíamos o barco ou não por causa do mau tempo. No entanto quando chegámos a Peniche, apesar das nuvens, decidimos ir. Vimos o barco grande partir e apanhámos uma lancha pequena, que levava 12 pessoas no máximo. O mar estava tranquilo, não se previa uma viagem atribulada, ainda assim depois das histórias que já tinha ouvido sobre esta viagem ia algo reticente com medo de enjoar. Não aconteceu. A viagem durou cerca de 45minutos e foi feita a conversar, a ver as vistas e a aproveitar aqueles momentos no mar.
Quando chegámos à ilha Berlenga, a maior do arquipélago e a única que se visita, o tempo esta encoberto. Não se previa grande dia por ali. Mal saímos da lancha ficámos boquiabertos com a transparência da água e a beleza da ilha.



A ilha tem um pequeno parque de campismo que, devido à enorme quantidade de gaivotas na ilha, fica com as tendas completamente pintadas de fezes de gaivota, as tendas ficam brancas, portanto.



O caminho para o Forte de S. João Baptista não é longo mas é sinuoso, tem pedras soltas, degraus de diferentes alturas, o que não é propriamente confortável para quem ia de chinelos de praia como nós.


A paisagem quando se desce para o Forte é genial, o Forte ali no meio das águas transparentes com uma pequena ponte que o liga a terra.


A curiosidade aguçou-se e vi-me obrigada a fazer uso das tecnologias para saber um pouco mais sobre a história deste Forte:
A ocupação humana da Berlenga Grande (única habitável) remonta à Antiguidade, sendo assinalada como ilha de Saturno pelos geógrafos Romanos. Posteriormente foi visitada por navegadores Muçulmanos, Vikings, corsários Francesese Ingleses.
Em 1513, com o apoio da rainha D. Leonor, monges da Ordem de São Jerónimo aí se estabeleceram com o propósito de oferecer auxílio à navegação e às vítimas dos freqüentes naufrágios naquela costa atlântica, assolada por corsários, fundando o Mosteiro da Misericórdia da Berlenga, no local onde, desde 1953, se ergue um restaurante. Entretanto, a escassez de alimentos, as doenças e os constantes assaltos de piratas e corsários MarroquinosArgelinos, Ingleses e Franceses, tornaram impossível a vida de retiro dos frades, muitas vezes incomunicáveis devido à inclemência do mar.
No contexto da Guerra da Restauração, sob o governo de D. João IV (1640-1656), o Conselho de Guerra determinou a demolição das ruínas do mosteiro abandonado e a utilização de suas pedras na construção de uma fortificação para a defesa daquele ponto estratégico do litoral. Embora se ignore a data em que as obras foram iniciadas, já em 1655, quando ainda em construção, resistiu com sucesso ao seu primeiro assalto, ao ser bombardeada por três embarcações de bandeira turca.
Em 1666, no contexto da tentativa de rapto da princesa francesa Maria Francisca Isabel de Saboia, noiva de Afonso VI (1656-67), uma esquadra espanhola integrada por 15 embarcações intentou a conquista do forte, defendido por um efetivo de pouco mais de duas dezenas de soldados sob o comando do Cabo Antônio Avelar Pessoa. Numa operação combinada de bombardeio naval e desembarque terrestre os atacantes perderam, em apenas dois dias, 400 soldados em terra e 100 nos navios (contra um morto e quatro feridos pelos defensores), sendo afundada a nau Covadonga e sériamente avariadas outras duas, afundadas no regresso a Cádiz. Traída por um desertor, sem mais munição e mantimentos, a praça finalmente se rendeu perdendo nove das peças da sua artilharia capturadas pelos invasores.
Ao tempo da Guerra Peninsular foi utilizada, como base de apoio pelas forças inglesas, numa campanha de guerrilha na qual colaborou ativamente a população de Peniche.
Posteriormente sofreu obras de restauração, com a reedificação da Capela em seu interior.
Durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), a fortaleza encontrava-se em mãos dos partidários de Miguel I de Portugal (1828-1834). Com deficiência de artilharia, entretanto, não resistiram diante do assalto dos liberais que a utilizaram como base para o assalto à cidadela de Peniche, reduto dos miguelistas.
Sem maior valor militar, diante da evolução dos meios bélicos no século XIX, foi desartilhada (1847) e abandonada passando a ser utilizada como base de apoio para a pesca comercial.
Em meados do século XX foi parcialmente restaurada e aberta ao turismo adaptada como pousada. Actualmente funciona apenas como casa-abrigo, sob a gestão da Associação dos Amigos das Berlengas.
Fonte: Wikipedia




Fizémos um piquenique nos muros do Forte, deliciosamente preparado pela minha querida S., e regressámos ao ponto de partida. Ainda que com a barriga cheia, o caminho de volta pareceu ainda mais difícil, foi preciso subir muitos degraus, cada um com o seu tamanho, uns pequenos, outros gigantescos.
Já que ali estávamos e a lancha de regresso era apenas às 17h30 decidimos ir fazer o passeio de visita às grutas da ilha. 


Passeio de barco ao largo da ilha Berlenga para visitar as grutas da ilha, que pertence ao arquipélago das Berlengas, ao largo de Peniche.


A piada do passeio não está nas grutas que por si só não são nada de extraordinário, mas sim na possibilidade de ver a ilha por fora, isto é, pelo ponto de vista do mar. Não me canso de dizer o quanto a água é transparente e bonita naquele sítio! Pelo caminho, o nosso timoneiro ia-nos chamando a atenção para algumas formações rochosas especiais, como a da baleia, a do elefante, entre outras, onde a rocha toma a forma destes animais.





Claro que isto de andar a passear faz fome, depois do passeio de barco não resistimos ao lanche: ameijoas e perceves, tudo impecavelmente confeccionado no pequeno restaurante da ilha.


No regresso o mar continuava tranquilo e ainda tivémos a oportunidade de ver três golfinhos a passear nas águas entre a Berlenga e Peniche, o condutor da nossa lancha fez até questão de dar a volta para trás para que pudéssemos ver melhor e de mais perto estes espécimes que fazem as delícias de qualquer pessoa.

No regresso ainda fomos ao Baleal fazer o segundo lanche do dia: moelas, pois claro. 
O plano para a noite manteve-se: jantar na Feira Medieval de Óbidos. Eu que só tinha ido a pequenas Feiras Medievais aqui pela zona achei a de Óbidos verdadeiramente espectacular, há realmente muito empenho e investimento neste evento.







Enquanto jantávamos cordornizes assadas, espetadas e pernas de frango ainda tivémos direito a um espectáculo de teatro mesmo à nossa frente. Uma das coisas que mais me impressionou nesta feira, além das construções que fizeram de propósito para a mesma, foram os espectáculos de rua, sempre a acontecer em vários locais ao mesmo tempo, fosse música, teatro ou outro tipo qualquer de espectáculo, em todos os lugares havia alguma coisa a acontecer.


Feira Medieval de Óbidos



Claro que a noite acabou com um copo na Foz, como não podia deixar de ser. Foi um sábado realmente preenchido. No domingo já só queríamos descanso. Fomos à praia a S. Martinho do Porto e apesar do tempo nublado não se estava mal por lá, apesar de a areia ser do mais rijo que há, mais parece que estamos deitados num bocado de cimento. Acabámos por almoçar (e quase lanchar, tal foi a extensão do almoço) por ali, com esta vista e não resistimos a brindar à vida, à nossa!




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Life of Brian


"Life of Brian", de 1979, conta a história de um homem da Judéia que nasceu no mesmo dia de Jesus Cristo e frequentemente é confundido com Ele. Uma multidão de pessoas pensa que ele é o salvador da humanidade e segue-o para todo o lado como se de um grande sábio se tratasse mas ele nunca quis que isso acontecesse e foge da multidão na tentativa vã de se ver livre de toda aquela gente. Brian acaba por viver cenas bíblicas e ter de enfrentar alguns desafios semelhantes aos do Messias. Brian mete-se em muitas confusões e no meio de tanta sátira é caçado pela guarda romana.
O filme é uma obra dos Monty Phyton que ridiculariza o fanatismo religioso. Os jogos de equívocos, de linguagem e o absurdo das situações tornam o filme cómico, inteligente e de uma crítica que tanto tem de subtil como de escandalosa.
Paródia bíblica, em que Brian (nascido no dia de Natal e membro de um grupo separatista anti-domínio romano) é considerado Messias e não consegue convencer ninguém de que não o é. Uma sátira social e religiosa, cheia do humor que caracteriza os Monty Python: non sense e crítico...
Fonte: cinema.sapo.pt
Life of Brian no IMDB.

Astérix et Obélix: Au Service de Sa Majesté

Assistir aos filmes que vão saindo do Astérix e do Obélix é já uma espécie de obrigação saudável, não me escapa um.
A Grã-Bretanha está ameaçada pelo exército de César. No entretanto, mandam chamar Astérix e Obélix para ajudar nesta luta o que dá origem a um confronto de culturas que o filme mostra de forma particular, as personagens inglesas falam francês com um sotaque inglês muito engraçado.
O filme é simpático, sem grandes novidades ou momentos brilhantes, ainda assim sabe sempre bem assistir às aventuras destes dois amigos que marcaram muitos momentos da nossa infância e adolescência.
Conduzidas por Júlio Cesar, as gloriosas legiões de Roma invadiram a Britânia. Mas uma aldeia continua a resistir à invasão, todos os dias com mais dificuldade. A rainha dos bretões resolve enviar o seu leal funcionário Anticlímax à Gália para procurar ajuda junto de outra aldeia, famosa pela sua heroica resistência aos romanos. Entretanto, Asterix e Obélix foram escolhidos para levarem a cabo uma delicada missão - meter algum juízo na cabeça de Justforkix, o irritante sobrinho do Chefe da aldeia, que apenas pensa em mulheres e musica. Quando Anticlímax descreve a desesperante situação da sua aldeia, os gauleses oferecem-lhe, no seu regresso a casa, um barril da famosa poção, e a proteção de Asterix e Obélix - com Justforkix a reboque.
Fonte: cinema.sapo.pt
Astérix et Obélix: Au Service de Sa Majesté no IMDB.

Side Effects

Side Effects é um filme de intriga e suspense que anda à volta de uma mulher que sofre de depressão, o seu marido, o psiquiatra, a antiga psiquiatra sempre com a indústria farmacêutica em plano de fundo.
Emily é emocionalmente frágil, desequilibrada que conta com o apoio do marido Martin (Channing Tatum) e do médico Dr. Jonathan (Jude Law).
O filme dá várias voltas mas sempre de uma forma muito inteligente e pensada ao pormenor de modo a agarrar bem o espectador, o que acaba por o tornar num filme brilhante e que vale muito a pena ver.
Emily e Martin Taylor formam um jovem, belo e saudável casal, que tem uma vida bem sucedida, com uma mansão, barco e todos os luxos que o dinheiro pode comprar – até Martin ser preso. Quatro anos mais tarde, Emily espera por ele num pequeno apartamento na zona norte de Manhattan, mas a sua libertação é tão devastadora quanto a sua encarceração e Emily entra em profunda depressão. Depois de uma tentativa de suicídio falhada, o psiquiatra Jonathan Banks é chamado para consultar o caso de Emily. Desesperada para não ser hospitalizada, Emily concorda em entrar num regime de terapia e antidepressivos, uma decisão que vai mudar a vida de todos os envolvidos. Uma vez que Emily não apresenta melhoras, Banks prescreve uma nova medicação que acalma os seus demónios. Mas os efeitos secundários do medicamento têm consequências arrepiantes: casamentos arruinados, o emprego de Banks dizimado e uma pessoa morre – mas quem é responsável? Devastado por este revés profissional, Banks torna-se obcecado em descobrir a resposta. Mas a verdade que descobre ameaça destruir aquilo que resta da sua carreira e vida privada.
Fonte: cinema.sapo.pt
Side Effects no IMDB.