quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Um Lugar Dentro de Nós, de Gonçalo Cadilhe


Depois da leitura de "No Meu Peito Não Cabem Pássaros" precisava de uma leitura mais leve e factual e claro que nada melhor que o mais recente livro de Gonçalo Cadilhe, "Um Lugar Dentro de Nós" que aguardava na estante pela sua vez de saltar dela e deliciar-me com as suas viagens pelo mundo.
Através das histórias de Gonçalo Cadilhe também eu viajo, ou pelo menos sonho acordada, e fico sempre com vontade de bater com a porta e ir por aí viver estes sonhos, ir conhecer lugares e pessoas, porque sei que quando se volta não se volta igual.
As histórias do seu mundo são cativantes e fascinam, fazem sorrir e sonhar, fazem conhecer e até ponderar ir, não nestes moldes, mas ir.
Cada capítulo, cada viagem e cada fotografia deste livro são únicos e exigem um momento de reflexão, um momento para parar e pensar "e se fosse eu?".
Este é um livro diferente dos nove anteriores que Gonçalo já escreveu, este livro não corre o mundo na sua forma mais normal, este livro faz uma viagem ao interior da alma do autor, com reflexões pessoais que não nos deixam indiferentes porque depois de tantas viagens Gonçalo nunca mais foi o mesmo menino que um dia saiu de casa na Figueira da Foz para correr mundo.
"Não são as pessoas que fazem as viagens mas sim as viagens que fazem as pessoas."
John Steinbeck



Não importa onde te leva a viagem mas sim o que ela faz de ti.
Depois de nove livros trepidantes sobre as suas viagens, Gonçalo Cadilhe apresenta nesta obra o seu trabalho mais sereno e envolvente até à data. Um Lugar Dentro de Nós não pretende partilhar apenas as jornadas do autor e de outras pessoas com quem se cruza, mas visa essencialmente inspirar o leitor para que cumpra o seu próprio destino. «Não sigas a minha viagem. Procura que a tua viagem surja dentro de ti.»
Um Lugar Dentro de Nós apresenta um conjunto de reflexões vividas em viagem e uma série de imagens de alguns lugares espalhados pelo mundo, mas captadas pela sensibilidade do homem que olha e não do homem que escreve. «O que me interessava fotografar era a minha própria felicidade, feita de luz e pureza sobre a paisagem. Cada fotografia minha era um lugar dentro de mim.»

Excertos 
«Cada vez que deixamos de ser eficientes, cumpridores, responsáveis, pontuais, cada vez que reformulamos as prioridades da vida e metemos o tempo à frente do dinheiro, os amigos à frente do patrão, a conversa à frente do negócio, a lentidão à frente da pressa, somos mais felizes.»

«E de noite, sempre à noite, apoiado na amurada, no silêncio e na contemplação que só o infinito líquido e ondulante dos oceanos permite, compreendia o mesmo que qualquer astronauta pode compreender: que este planeta nunca deveria ter sido chamado de Terra por ninguém, pois a sua substância fundamental é a água, e os indivíduos mais felizes da espécie humana são aqueles que a escolhem como caminho de viagem.»
Fonte: fnac.pt

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