quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Jorge Palma - Ai Portugal, Portugal

Nos últimos tempos tem-me apetecido dizer isto mesmo: Ai Portugal, Portugal, de que é que tu estás à espera? Esta música, de mil novecentos e troca o passo, é, ainda hoje, actual, quase que me faz lembrar o sermão de Santo António aos Peixes que se aplica a tantas situações dos dias que correm.

Tiveste gente de muita coragem 
E acreditaste na tua mensagem 
Foste ganhando terreno 
E foste perdendo a memória
Já tinhas meio mundo na mão 
Quiseste impor a tua religião 
E acabaste por perder a liberdade 
A caminho da glória
Ai, Portugal, Portugal 
De que é que tu estás à espera? 
Tens um pé numa galera 
E outro no fundo do mar 
Ai, Portugal, Portugal 
Enquanto ficares à espera 
Ninguém te pode ajudar
Tiveste muita carta para bater 
Quem joga deve aprender a perder 
Que a sorte nunca vem só 
Quando bate à nossa porta
Esbanjaste muita vida nas apostas 
E agora trazes o desgosto às costas 
Não se pode estar direito 
Quando se tem a espinha torta
Ai, Portugal, Portugal 
De que é que tu estás à espera? 
Tens um pé numa galera 
E outro no fundo do mar 
Ai, Portugal, Portugal 
Enquanto ficares à espera 
Ninguém te pode ajudar
Fizeste cegos de quem olhos tinha 
Quiseste pôr toda a gente na linha 
Trocaste a alma e o coração 
Pela ponta das tuas lanças

Difamaste quem verdades dizia 
Confundiste amor com pornografia 
E depois perdeste o gosto 
De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal 
De que é que tu estás à espera? 
Tens um pé numa galera 
E outro no fundo do mar 
Ai, Portugal, Portugal 
Enquanto ficares à espera 
Ninguém te pode ajudar
Ai, Portugal, Portugal 
De que é que tu estás à espera? 
Tens um pé numa galera 
E outro no fundo do mar 
Ai, Portugal, Portugal 
Enquanto ficares à espera 
Ninguém te pode ajudar

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