Tinha alguma curiosidade na leitura deste livro desde que foi lançado, não só por ter valido ao autor o Prémio Leya 2011 mas também por ter sido escrito por um engenheiro talvez pouco habituado às letras, pelo menos a título profissional.
A história representa as três gerações masculinas de uma família, saltitando entre as várias gerações ao longo do livro sem informação prévia, no entanto, essas mudanças acompanham-se perfeitamente. O avô, médico da cidade que optou por se mudar para uma aldeia perdida no meio de nenhures, o pai que foi obrigado a ir para a guerra e regresso com muitas mazelas psicológicas e o neto, o herdeiro de todas as histórias. A história é contada em pequenos episódios, num vai-vem entre o passado e o presente o que obriga o leitor a encaixar na sua cabeça todas as peças deste "puzzle".
Apesar da leitura agradável e simples, esperava um livro mais marcado pela época e pela nossa história.
Prémio Leya 2011 Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu. Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial. Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos? “O vencedor do Prémio Leya 2011 escreveu um dos romances de estreia mais fortes e entusiasmantes da literatura portuguesa dos últimos anos.” José Mário Silva, Expresso “O prémio Leya 2011 pode bem ser o retrato literário de que uma geração andava à procura.”Rui Lagartinho, Público“Pela sua qualidade, honra o mais avultado galardão literário português, e o seu autor veio para ficar.”Miguel Real, Jornal de LetrasFonte: fnac.pt
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