Saímos de Sligo às 8h, e o nosso destino final era Gallway. Viajámos por entre vales e montanhas, e o cenário é sempre o mesmo: tudo muito verde, muitas ovelhas nos campos e uma sensação de paz constante.
Passámos em Westport, cidade do Condado de Mayo com 6 mil de habitantes. Esta cidade tem um centro histórico em estilo georgiano que foi desenhado e planeado por dois arquitectos, sendo um deles James Wyatt. A cidade está muito próxima da costa, a cerca de 3km. A rua principal é a Bridge Street que termina numa praça chamada Octogon.
De seguida fomos visitar o único fiorde (grande entrada de mar cercada de altas montanhas rochosas) que existe na Irlanda. Avistámo-lo de uma pequena aldeia, Leenane.
Dirigimo-nos para Kylemore, para visitar a Abadia de Kylemore. Esta é uma Abadia de finais do século XIX que é agora um Colégio interno para raparigas. A Abadia de Kylemore é um mosteiro beneditino fundado em 1920 nos terrenos do castelo de Kylemore, em Connemara, no Condado de Galway. O mosteiro foi fundado pelas religiosas beneditinas que fugiram da Bélgica devido à Guerra. O castelo foi construído entre 1867 e 1871 como residência privada para a família de Henry Mitchel. Após a morte da sua esposa Margaret em 1875, Henry mergulha numa tristeza profunda e em 1903 vende a propriedade a um duque de Manchester e à sua duquesa, uns boémios que tinham como ocupação gastar a fortuna do sogro do duque que entretanto faleceu. Em 1914 há outra pessoa que compra a propriedade e a vende em 1929 às religiosas. Henry e Margaret estão ambos enterrados no mausoléu perto da pequena igreja, nos terrenos da abadia.
Nos terrenos da abadia existe um jardim vitoriano do século XIX, murado, de inspiração inglesa. Uma das paredes é em calcário para proteger o jardim dos ventos mais frios, todas as outras são de tijolo. No século XIX estes jardins estavam na moda, devido ao clima das ilhas britânicas. Tem uma parte de cultivo de flores que é o que está à vista quando se entra no jardim, tem uma zona de estufas onde ainda hoje existem reuínas das antigas estufas. Há também uma zona de cultivo de vegetais que são comidos na propriedade. São 6 hectares de jardim.
Relativamente à casa, no hall de entrada as paredes estão forradas a madeira de carvalho, a mando dos duques de Manchester. Existe a sala de desenho virada para o lago, a morning room onde estão expostas peças das religiosas e existe a sala de jantar.
Há ainda uma pequena igreja neo-gótica que foi totalmente reconstruída e o mausoléu onde está sepultado o casal Henry. As freiras decidiram encerrar a escola no final deste ano lectivo, mas não têm intenção de vender o imóvel, uma vez que continuarão a viver lá.
Depois desta visita ha uma enorme loja de recordações onde fizémos as primeiras compras.
Seguimos viagem a caminho de Clifden, onde almoçámos. É uma cidade com 2 mil habitantes e é a capital do condado de Connemara. Por ela passa um rio que desagua no Atlântico. No Verão é uma cidade movimentada.
Depois de almoço passámos por uma pequena localidade próxima de Galway famosa pelas indústrias do vidro. É uma das poucas zonas da Irlanda onde existe mármore. Já não se fazem grandes construções com mármore, a última grande obra com este material foi a Catedral de Galway. Agora serve apenas para pequenas peças decorativas.
Chegámos então a Galway, sede do condado com o mesmo nome, a 3ª cidade mais importante a nível de população depois de Dublin e Cork. Tem 70 mil habitantes. Tem uma Universidade criada em meados do século passado e é uma das mais importantes do país. Esta cidade foi apelidada de "Cidade das Tribos" e é famosa pela animação na margem do rio, rio esse que nasce no Lago Corrib, o maior da Irlanda.
A principal praça de Galway é a Eiresquare. Quando John Kennedy veio à Irlanda, a praça mudou de nome para Kennedy Park. Da praça sai a Shop Street, uma rua pedonal cheia de lojas e bares.
O apelido de "Cidade das Tribos" vem de uma história muito engraçada. Nos finais do século XIV, Ricardo II (tio de Filipa de Lencastre que casou com o nosso D.João I), nomeou 14 famílias, tribos, para serem responsáveis pela gestão da cidade. Isso manteve-se até ao século XVII, com a chegada de Oliver Cromwell (militar e político britânico), que atacou a cidade e destruiu muitos edifícios da cidade. A cidade chegou a estar muralhada mas foi destruída nesse ataque.
Podemos ainda ver o Arco Espanhol, em Galway, que tem este nome porque ao longo de muitos séculos os espanhóis vinham a Galway negociar e esse arco faz parte das ruínas de então.
Perto de Galway existe uma antiga aldeia de pescadores que é agora um bairro residencial. As famílias usavam os seus bordados nas roupas para quando iam para o mar identificarem corpos que davam à costa depois de naufrágios.
Nessa noite ficámos em Galway, no Hotel Meyrick situado na praça principal de Galway.
Uma curiosidade que nos foi dita pelo guia: o feriado nacional da República da Irlanda é 17 de Março, St. Patrick's Day. Todos os feriados religiosos são fixos, todos os outros espalham-se por diversas segundas-feiras.
1 comentário:
Vêem-se aí poucas ovelhas e vacas, mas não quer dizer que não haja disso na Irlanda! :D
Ainda ando a recuperar do sono que ganhei nessas férias, ehehe!
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